Tradicionalmente uma empresa de tecnologia, a Dell está promovendo também estratégia para telecomunicações, em especial de olho na convergência de soluções de TI para o setor com a chegada do 5G e do Open RAN. A companhia norte-americana anunciou nesta quarta, 9, que está de olho em um mercado mundial de US$ 700 bilhões até 2030, considerando diversas verticais, com aplicações em edge computing.
"A Dell quer ajudar os provedores de conteúdo a monetizar o edge, modernizar a arquitetura de rede e abraçar operações nativas em cloud", declarou o diretor de telecom da companhia, Sandro Tavares, em evento online realizado no dia anterior ao anúncio global. A intenção é de "arquitetar uma função de rede aberta e nativa em nuvem", com soluções pré-certificadas e prontas para ser implantadas na rede.
Essa iniciativa pretende ainda ter um ecossistema multifornecedores, focando nos pilares de OSS/BSS, core de convergência, serviço de edge e plataforma de rede de acesso móvel (RAN). Para tanto, a Dell destacou parceria com empresas como Mavenir, com quem trabalha fornecendo servidores para software de Open RAN 5G; Nokia, e VMWare, com plataforma de nuvem para core de rede móvel virtualizado; redes privadas com CommScope Ruckus; e com empresas como Red Hat e Intel.
O vice-presidente sênior de data center para América Latina da Dell, Raymundo Peixoto, destaca que é um momento de "transformação das telecomunicações de um modelo proprietário para um mundo aberto". Para ele, isso significa que também a integração será aberta, o que permitiria baixar os custos e abrir o mercado para mais players.
"Temos mais de 6 bilhões de ERBs, e isso sem 5G. Com a chegada da tecnologia, vai ser muito mais. Mas isso tem que ser gerenciado de forma muito simples e ágil", declara. Peixoto afirma que a Dell trabalha com "todas as operadoras da América Latina", referindo-se a grandes teles com controladoras multinacionais e a provedores pequenos regionais.
Sandro Tavares diz que a Dell enxerga o Open RAN como o futuro para o setor, e cita diversos estudos, planejamentos e testes com a tecnologia na região. "É um tema que está aí e não vai sair da agenda das operadoras. Estamos seguros que vai ser o padrão mais importante para o rádio 5G nos próximos anos", declara.