O uso de equipamentos da fornecedora Huawei segue dentro do planejamento da Vivo, para quem testes de segurança locais e globais não identificaram riscos na adoção da tecnologia. A afirmação é do CEO da operadora brasileira, Christian Gebara, em um momento na qual a pressão dos Estados Unidos para banimento da chinesa do 5G em países aliados começa a surtir efeito em alguns mercados.
"Hoje nós temos a Huawei como fornecedor e cumprimos todos os protocolos de segurança locais e globais, o que nos dá segurança de que nada que a gente emprega da Huawei põe em risco a companhia ou os consumidores", afirmou Gebara, em live promovida pelo jornal Valor Econômico nesta terça-feira, 9.
"Acreditamos que no 5G eles devem continuar sendo relevantes no desenvolvimento, pois a Huawei está sem dúvida entre os dois principais players mundiais do segmento. Seguimos apostando no uso dessa tecnologia, sempre preservando critérios de segurança do grupo", completou o executivo.
Contexto
No momento, não há indicação concreta de que a Huawei seja objeto de uma análise específica de segurança pelo governo brasileiro; a Anatel e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) têm atuado na definição de requisitos para fornecedores 5G, mas de uma maneira geral.
Há duas semanas, representante do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do qual o leilão 5G faz parte, afirmou que uma eventual decisão sobre a participação ou não da fornecedora no novo padrão dependeria do presidente Jair Bolsonaro, que estaria sendo "instrumentalizado" sobre o tema por diferentes esferas do governo.
A Huawei é alvo de acusações de espionagem pelo o governo norte-americano, ainda que provas sobre a prática não tenham sido apresentadas. Na Lista de Entidades com negócios cerceados no país desde maio de 2019, a empresa também está enfrentando obstáculos no Reino Unido, onde o governo estaria revendo regras que permitiam uma participação da chinesa em redes de acesso 5G.