Fundo minoritário da BrT quer convencer demais acionistas a recusar troca de ações

Agora é público. O fundo Polo Fia, um dos maiores acionistas minoritários da BrT, questionou oficialmente diversos pontos da relação de troca de ações proposta pela Oi. E vai além. Por meio de um pedido público de procuração, publicado na última segunda, 7, em anúncio no jornal Valor Econômico, o fundo pretende convencer os demais minoritários a recusarem a relação de troca proposta pela Oi. A resposta da operadora, publicada no mesmo jornal nesta nesta quarta, 9, mostra a insatisfação da empresa em relação aos questionamentos, que classifica de "alegações incorretas e tendenciosas".
Pela resposta da operadora percebe-se que o fundo questiona a ausência de laudos que basearam a nova relação de troca. A Oi afirma que a necessidade de laudos de avaliação que faz referência os artigos 226 e 264 da lei 6.004/76 diz respeito à incorporação e não substituição de ações, como é o caso. Por este motivo, a operadora estaria isenta de contratar um laudo de avaliação para o estabelecimento da relação de substituição das ações.
O fundo Polo Fia questiona ainda o método usado pelo Credit Suisse para o estabelecimento da nova relação de troca. No entender da Oi, o método é "objetivo" porque aplica linearmente ao valor de mercado que serviu de base para a determinação das relações de substituição originais o valor do ajuste da provisão relativa às contingências judiciais cíveis BrT. "Nesse sentido, como a provisão atinge a companhia como um todo (afetando, com razão, todos os atuais acionistas igualmente) linearmente, nada mais natural do que fazer o ajuste linear", diz o documento da Oi.

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O comunicado da Oi ainda diz que as relações de substituição originais foram estabelecidas "em boa fé" em abril de 2008, quando não se conheciam os critérios e a extensão das provisões judiciais relativas a ações do tempo dos planos de expansão do sistema Telebrás. A provisão desconhecida encontrada em auditoria da BDO Trevisan reduziu o lucro, o patrimônio líquido e os dividendos da BrT em cerca de 31%. Consequentemente as contigências impactaram diretamente o valor de mercado da BrT e não da Telemar, diz o comunicado da Oi.
O fundo Polo Fia ainda alega que as ações judiciais relacionadas aos planos de expansão não eram novidade para a Telemar, que, por sua vez, considera a afirmação "superficial e maldosa".
A assembleia que decidirá se a BrT será ou não incorporada à Telemar acontece dia 16 de junho. Acionistas controladores se abstiveram de votar a única pauta da assembleia, a nova relação de troca de ações. Caso a nova relação de troca não seja aprovada, as ações da BrT seguem sendo negociadas normalmente na Bovespa. Analistas acreditam, contudo, que a companhia perderá atratividade, uma vez que a gestão ficará toda voltada para gerar ganhos na Telemar.

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