Para especialista, terceirização explicaria pane na Telefônica

O professor e especialista em redes e telefonia, Almir Meira, disse que a falha na rede de sinalização da Telefônica, responsável pelo completamento de chamadas de voz, foi provavelmente causada por erro humano. É a explicação mais razoável, prossegue ele, pois um problema técnico em qualquer equipamento teria sido prontamente acusado pelo software de gerenciamento na tela dos operadores e rapidamente resolvido ainda nas centrais de monitoramento da Telefônica. Meira acumula 18 anos de experiência em cargos técnicos e de engenharia na Motorola, Nextel e na própria Telesp (atual Telefônica) e garante que a fatalidade é sempre mais difícil de se prever. "O erro é imponderável, imprevisto, por isso acredito que a causa da pane foi falha humana". E completa: "Em todos esses anos de experiência, nunca ouvi falar em 'caladão' no sistema de telefonia, pelo menos não nessas proporções", diz. A pane afetou diversos município, como Guarulhos, Cotia, Santo André, Praia Grande, além de regiões e bairros da capital Paulista, como Santo Amaro, Avenida Paulista, Praça da Sé, Pirituba e Higienópolis.
Meira concorda com a Telefônica, de que o epicentro da pane está localizado nos pontos de transferência de sinalização, mas acrescenta que as falhas devem ter sido causadas por erro no manuseio dos equipamentos. E dá explicações mais detalhadas para a demora na normalização do sistema. "Nas janelas de manutenção, quando a equipe de técnicos pode mexer na rede, as máquinas devem ter sido reinicializadas e travaram, gerando a demora na resolução do problema", diz.
Culpa da terceirização

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Segundo o professor Almir Meira, a terceirização de atividades estratégicas, como manutenção, gerenciamento e monitoramento de rede, é a maior responsável pelas falhas humanas que ocasionaram a pane. "A terceirização não é ruim, o que acontece é que a Telefônica perdeu a mão nesse processo, passando o gerenciamento de áreas fundamentais para seu funcionamento para a mão de outras empresas", diz. Outra falha da Telefônica, segundo Meira, é o sistema de redundância dos pontos de transferência de sinalização. A Telefônica conta com três pares desses equipamentos na capital paulista e três no interior. Essas máquinas são interligadas e complementares, ou seja, quando uma cai a outra assume a operação, além de trabalharem com distribuição de cargas. "O plano de contingência não funcionou e nem o de 'disaster recovery', pois os serviços ficaram muitas horas fora do ar", completa. Este noticiário procurou ouvir a assessoria de imprensa da Telefônica, que até o fechamento deste boletim não havia conseguido uma posição oficial dos porta-vozes da empresa.

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