Reconhecimento facial no Carnaval do Rio identificou 8 mil pessoas de interesse

O sistema de reconhecimento facial instalado pela Oi e a Huawei em projeto piloto na cidade do Rio de Janeiro foi utilizado apenas durante o Carnaval, mas identificou cerca de 8 mil pessoas foragidas, suspeitas ou desaparecidas a partir de aproximadamente 3 milhões de rostos reconhecidos no período. O dado foi citado pelo diretor de engenharia da Oi, Andre Ituassu, durante evento da Huawei realizado nesta quinta-feira, 9.

Segundo o porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Mauro Fliess, dez prisões foram realizadas a partir dos reconhecimentos. Fliess ainda confirmou que o governo e a secretaria estadual de segurança do Rio conversam com a Oi para extensão do piloto por mais alguns meses.

Entre as questões pendentes, o coronel cita os custos. "Precisamos ver se vai continuar sendo sem custo tal qual no Carnaval, além do número de câmeras", pontuou Fliess. Durante as festividades deste ano foram três dezenas, capazes também de identificar placas de carros. Segundo o porta-voz da PM do Rio, o próximo passo é "colocar mais câmeras para ter mais condições" de capturar suspeitos em movimento (o que se revelou um desafio durante o Carnaval mesmo com o uso de bicicletas).

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Fliess também afirmou que nenhum questionamento jurídico relacionado com privacidade e dados pessoais foi direcionado ao Estado. "Só da sociedade e da imprensa. Deixamos claro que pessoas sem mandado de prisão em aberto não são identificadas. Ele [o sistema] não vai enxergar todo o banco de dados das entidades civis que consultamos, só o banco dos mandados". Com a iminência da entrada em vigor da LGPD, o uso de sistemas de reconhecimento facial tem suscitado questionamentos, inclusive no Congresso.

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