Um recente relatório da Opensignal sobre a cobertura 5G em ondas milimétricas (mmWave) nos Estados Unidos traçou paralelos entre o serviço e o WiFi público do país. A medição verificou disponibilidade similar entre as duas tecnologias, mas com velocidades de download até 30 vezes maiores no caso do 5G em mmWave.
"O alcance do 5G mmWave é muito mais limitado do que outros tipos de 5G e é semelhante ao WiFi público", situou a empresa. Segundo a Opensignal, smartphones 5G norte-americanos ficam conectados nas ondas milimétricas apenas 0,5% do tempo em que trafegam nas redes móveis (contra 20-30% no 5G em faixas sub 6 GHz).
"Mas apesar da disponibilidade semelhante, as velocidades médias [de download] dos usuários de smartphones com 5G mmWave – 640,5 Mbps – são quase 30 vezes mais rápidas do que aquelas vistas ao usar WiFi público", prosseguiu a empresa de medição.
A taxa no caso deste seria de 21,9 Mbps, ficando abaixo da obtida no WiFi residencial (83,7 Mbps). Já o 5G abaixo de 6 GHz teve velocidade de download média de 63,9 Mbps, contra 31,4 Mbps do 4G. Os EUA são um dos pioneiros no uso das ondas milimétricas para o serviço de quinta geração.
"As operadoras que desejam cobrir uma cidade perfeitamente com mmWave 5G precisariam implantar muito mais antenas e estações do que para serviços 4G ou 5G em sub 6 GHz 5G. Novamente, isso torna o 5G mmWave mais semelhante ao WiFi do que as redes celulares tradicionais", concluiu a empresa de medição. Há maior necessidade de ERBs porque o espectro mais alto tem alcance menor.
Alternativa
A Opensignal espera que os resultados do WiFi público avancem na medida que equipamentos mais modernos (como os com padrão WiFi 6E) sejam massificados. Assim como no Brasil, a faixa inteira de 6 GHz foi alocada para uso não licenciado do tipo nos EUA.
No entanto, a empresa também vê a interferência entre redes do gênero de diferentes estabelecimentos e a falta de atualização da própria infraestrutura fixa que suporta o serviço como entraves.
"O WiFi continuará a desempenhar função em casa, no trabalho e em locais públicos, mas cada vez mais complementar ao celular como uma opção gratuita ou barata – e não porque seja mais rápido", apostou a análise. Ainda na visão da Opensignal, a outra razão que manterá a tecnologia será o suporte a celulares não equipados com 5G.