Telefônica responde à Anatel sobre violabilidade de seu sinal no DTH

A Telefônica respondeu nesta quinta, 9, ao questionamento feito pela Anatel em relação ao problema do sinal de sua operação de DTH, que teve a criptografia do acesso condicional quebrada e que estava, portanto, facilmente acessível por meio de set-tops clandestinos encontrados facilmente na Internet. Na carta, segundo apurou este noticiário, a Telefônica informa que tomou providências para corrigir, via software, o problema. A Anatel cobrou providências da Telefônica em função de reclamações de operadores, sobretudo do Sul do país, que alegavam enfrentar concorrência desleal dos serviços clandestinos viabilizados pelas caixas que captam o sinal da Telefônica com o acesso condicional violado.
Esse noticiário conversou com programadores e com diretores da ABTA, e ouviu de todos que a situação estava ficando insustentável, já que o acesso condicional da Telefônica não oferecia nenhuma garantia de integridade. Reiteradas cartas e manifestações foram feitas à Telefônica pedindo providências.
Este noticiário também pode testemunhar uma caixa clandestina recebendo os sinais sem nenhum tipo de dificuldade.

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Segundo apurou este noticiário, a Telefônica do Peru, responsável pela coordenação técnica do serviço de DTH, inclusive no Brasil, tem procurado soluções alternativas para resolver o problema, especialmente como a atualização da criptografia por software. Mas essa medida mostrou-se, em princípio, ineficaz, pois novas versões da chave para quebrar o acesso condicional podem ser encontradas na Internet.
A solução considerada definitiva é a troca dos smartcards, o que envolve investimentos, já que cada cartão custa cerca de US$ 10, fora os custos de importação e distribuição. Estima-se que a Telefônica gastaria, para enviar novos cartões aos seus usuários, pelo menos R$ 30 por cliente. No Brasil, há cerca de 350 mil usuários no serviço de DTH. O acesso condicional é fornecido pela Nagra, que presta esse serviço para várias outras operadoras no Brasil, inclusive a Net Serviços. No começo da década, DirecTV e Sky tiveram que fazer grandes trocas de smartcards para coibir a pirataria em função de acesso condicional quebrado.
Atualmente, a Telefônica opera com duas criptografias simultâneas para seu acesso condicional (simulcript). Os novos clientes já recebem o sinal com uma criptografia que não foi violada. Mas como a maior parte dos usuários ainda utiliza o acesso condicional violado, o sistema continua vulnerável a uso ilegal. A preocupação da Anatel deve-se ao fato de que a regulamentação do DTH e do MMDS exige, explicitamente, garantias de codificação do sinal. Caso contrário, os serviços poderiam se confundir com o serviço de radiodifusão. Do ponto de vista dos programadores, o problema é a falta de controle sobre quem são os consumidores que estão recebendo o sinal. E para os outros operadores, é a concorrência desleal que preocupa.

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