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Abinee: 70% das empresas afetadas pelo coronavírus; produção ficará 31% abaixo no trimestre

Foto: Fancycrave.com / Pexels

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) deu uma atualização sobre os efeitos do coronavírus (Covid-19) no setor. Segundo o terceiro levantamento próprio da entidade, 70% das entrevistadas já apresentam problemas no recebimento de materiais, componentes e insumos provenientes da China.

A primeira sondagem, de 5 de fevereiro, indicava que o problema era sentido por 52% dos entrevistados. No segundo levantamento, em 20 de fevereiro, o percentual já havia subido para 57%. Ao todo, a associação entrevistou 50 empresas do setor eletroeletrônico. Conforme diz a Abinee em comunicado nesta segunda-feira, 9, a situação é mais acentuada entre fabricantes de produtos de tecnologia (celulares, computadores, entre outros).

Produção

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Com isso, aumentou o número de companhias que afirmam que não vão conseguir atingir a meta de produção neste primeiro trimestre. A própria produção no período deverá ficar, em média, 31% abaixo do projetado, contra 22% no levantamento anterior.

Diante do novo cenário, aumentou de 17% para 21% o total de empresas que não deverão atingir a produção prevista para o primeiro trimestre. Para 48% das entrevistadas, as projeções serão mantidas. Mas ainda há 31% que disseram não ser possível ainda dar essa indicação.

Há ainda o risco na entrega do produto final para os clientes. A associação diz que 54% das empresas afirmaram que, caso a situação se prolongue por mais um mês e meio, haverá essa possibilidade. Segundo a entidade, é a primeira vez que as indústrias pesquisadas deram essa indicação.

Os impactos ainda podem perdurar mesmo depois que houver normalização. Segundo a Abinee, as empresas devem demorar, em média, cerca de dois meses para normalizar o ritmo de produção.

Paralisação

Do total de empresas, 6% já operam com paralisação parcial em suas fábricas, dois pontos percentuais acima do levantamento anterior. E outras 14% já programam parar nos próximos dias, embora afirme que “a maior parte delas” deverá fazer isso de forma parcial. Ainda assim, 48% dizem não ter previsão de parar as atividades, a depender de quanto tempo durar o problema de desabastecimento.

Dependência

Segundo dados do IBGE e do SECEX/MDIC, 60% dos insumos do setor são importados. A China é a principal origem, totalizando US$ 7,5 bilhões em 2019, o que representou 42% do total importando. Assim, o mercado chinês foi responsável por 25% do total de insumos do setor, incluindo nacionais e importados.

O presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, disse no comunicado que essas dificuldades alertam para o “problema da dependência — não somente do setor eletroeletrônico, mas de toda a indústria brasileira — de materiais e componentes provenientes de um único mercado, como a China”. Para ele, isso se trata de “vulnerabilidade” na importação de componentes. Mais uma vez, Barbato insistiu que reformas estruturais como a tributária seriam a solução.

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