Para Fórum SBTVD, interatividade crescerá naturalmente com maturação do mercado

O contínuo avanço na venda de televisores e receptores prontos para a TV digital nos dois últimos anos tem animado o Fórum SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital). O presidente do fórum, Roberto Franco, esteve nesta quarta-feira, 9, com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, apresentando os dados mais recentes do segmento e comemorando a evolução da entrada da TV digital no mercado sem a necessidade de subsídios públicos. De acordo com os dados do fórum, em 2009 a venda de equipamentos digitais de recepção de TV ficou na casa dos 2,5 milhões. Este número já saltou para 6,5 milhões em 2010 e a perspectiva para este ano é que as vendas alcancem o patamar de 10 milhões.
"No modelo brasileiro de TV digital, nós lançamos algo que tem um benefício para a população e para a indústria por si só. Tanto que nunca houve qualquer subsídio público", afirmou Franco, ponderando que boa parte dos números é explicado pelo próprio mercado, com o crescente interesse dos brasileiros por televisores com telas planas e LCD. Essa demanda natural do mercado por televisores mais modernos é o que deve alavancar o crescimento contínuo da compra de modelos prontos para a TV digital por enquanto (vale lembrar que desde 2010 o receptor digital é obrigatório em TVs acima de 32 polegadas).
Franco acredita que os set-top boxes terão um papel mais relevante quando o Brasil estiver mais próximo da transição plena da televisão analógica para a digital. É neste momento que as camadas da população com menor poder aquisitivo serão obrigadas pelo cronograma a adquirir equipamentos para continuar recebendo o sinal de TV. Essa transição será em 2016 e tanto o governo quanto o fórum já pensam em saídas políticas para assegurar que toda a população continue tendo acesso aos serviços de radiodifusão.

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Interatividade
Com relação à interatividade da TV digital brasileira, Franco contou que o assunto foi pouco explorado na reunião com o ministro das Comunicações. Para o presidente do Fórum, há muita ansiedade em torno desse tema, mas não há nada que indique que o Brasil está ficando para trás com relação a outros países que passaram pelo processo de digitalização. "Quando a gente quer muito uma mudança, a gente começa a ficar ansioso e achar que o processo está lento. Na verdade, não está lento. Acho que é apenas uma questão de administrar a ansiedade", comentou Franco.
Ele elogiou a plataforma brasileira para a interatividade, o Ginga, especialmente pela escolha política de fazê-la aberta. "O Ginga é uma ferramenta muito poderosa no momento, ainda mais por ser a única plataforma royalty free, a única livre do mundo", afirmou. Na visão do fórum – que congrega hoje 83 entidades da indústria, radiodifusão e pesquisa -, o mercado deve se ajustar naturalmente no que diz respeito à viabilidade econômica da interatividade. Isso porque há uma interligação entre a demanda por equipamentos de TV digital e a busca por conteúdos interativos, fazendo com que a cadeia produtiva aos poucos encontre seu ponto de equilíbrio conforme o sistema vai se expandindo.

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