A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática aprovou em sua reunião ordinária que aconteceu nesta quarta-feira, 8, o Requerimento 140/2021, que requer a realização de audiência pública para apurar as denúncias do "Facebook Papers", vazamento de informações internas da companhia agora chamada Meta.
Segundo as deputadas Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Natália Bonavides (PT-RN), autoras do pedido, após as denúncias do caso Cambridge Analytica, surge agora o caso denunciado por uma ex-funcionária da big tech que acusa a plataforma de ter privilegiado conteúdos desinformativos, de discurso de ódio e violentos durante o período eleitoral de 2018 para influenciar o resultado das eleições brasileiras.
Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook, coletou pesquisas internas da rede social após pedir demissão em maio deste ano por discordar das atitudes da companhia. Seu advogado entregou seu relato ao Congresso americano. Segundo os documentos apresentados, houve uma ação organizada por "superprodutores" para a disseminação daqueles tipos de conteúdos no Brasil.
"Os pesquisadores do Facebook descobriram que muitas vezes o efeito do uso da plataforma estava longe de ser positivo. Constantemente eles identificaram que as pessoas usavam os principais recursos (da ferramenta) de modo indevido ou que eles amplificavam o conteúdo tóxico, entre outros efeitos", afirmam as deputadas. Na visão delas, "é necessário entender quais medidas foram adotadas para que o que foi relatado seja combatido pela plataforma, considerando que os documentos apontam que o Facebook tem conhecimento dos problemas causados no Brasil desde 2016".
Foram convidados para o debate Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook; um representante do Facebook no Brasil; um representante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); um representante do Intervozes; e um representante da Coalizão Direitos na Rede (CDR).