Telecom encerra 2011 com faturamento 17% maior; Abinee protesta contra desindustrialização

O mercado de eletroeletrônicos para telecomunicações deve encerrar 2011 com faturamento de R$ 19,5 bilhões, crescimento de 17% sobre o total apurado ao durante o ano passado. Este é o maior percentual registrado entre os setores da indústria analisados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

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De acordo com a entidade, a previsão de crescimento para indústria eletroeletrônica, como um todo, chega a R$ 134 bilhões em faturamento e crescimento de 8,5% sobre acumulado de 2010. O resultado é inferior aos 13% projetados para este ano, por conta do agravamento da crise na União Europeia e das variações cambiais, que segundo a entidade afetaram a competitividade do setor neste ano. “Nossa previsão era muito favorável, mas estes fenômenos nos fizeram alterar nossas expectativas”, explica o gerente do departamento de economia da Abinee, Luiz Cesar Rochel. “As constantes mudanças no câmbio prejudicaram até na formação de um preço para os produtos”.

Estas alterações no mercado reduziram o fôlego da indústria  na disputa com concorrentes chineses, fato que se tornou o centro das preocupações da entidade que congrega os principais fabricantes do setor. “Estamos perdendo a competitividade e tem muita indústria trocando os insumos nacionais por importados para reduzir os preços. Afinal, o consumidor na ponta quer saber qual produto vai sair mais barato”, afirma o presidente da Abinee, Humberto Barbato.

A queixa de Barbato é decorrente do aumento de importações em praticamente todos os segmentos que compõem o setor. Em telecomunicações, por exemplo, houve aumento de 35% no volume de insumos importados, atingindo quase R$ 6 bilhões em compras brasileiras de equipamentos e insumos no exterior. “Em três anos deixamos de ser superavitários na balança comercial de bens eletroeletrônicos para ser deficitários”. Por outros lado, de janeiro até agora, as exportações de equipamentos de telecomunicações despencaram 19%, para pouco mais de R$ 2 bilhões.

Para o presidente da Abinee, é preciso que o governo aja rapidamente para conter a ‘desindustrialização’ do setor “dando incentivo ao crescimento da indústria” com desonerações fiscais, aumento na taxação dos concorrentes importados, que hoje já atingem 20% em algumas categorias, e elevar de 60% para 75% o nível de nacionalização dos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Quando a presidenta Dilma lançou o plano Brasil Maior, falei a ela sobre as nossas necessidades, mas a presidenta passou a conversa para o ministro Fernando Pimentel. Ele disse que já conhecia os pleitos da Abinee e ficou por isso mesmo”.

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