Unifique e Copel atuarão em parceria, mas não como sócias

Jair Francisco, diretor de mercado da Unifique

Apesar de terem disputado o leilão do 5G em consórcio, Unifique e Copel não devem constituir uma empresa única para operar a faixa de 3,5 GHz na região Sul do país. Segundo Jair Francisco, diretor de mercado da Unifique, o edital prevê que cada uma das empresas assuma, em uma determinada área, a responsabilidade pelo cumprimento das obrigações, e é isso o que deve acontecer, com a Unifique assumindo o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e a Copel assumindo o Paraná. Isso não quer dizer que as empresas não atuarão em conjunto ou compartilhando infraestrutura. "O consórcio é para o edital, mas não será uma só empresa. ", explica o executivo. Ele ressalta, contudo, que a aproximação entre Copel e Unifique fazia sentido porque as duas empresas precisavam se reforçar para a Região Sul do Brasil. "As estruturas e complementam e haverá muito compartilhamento", diz ele, mas cada uma com um foco em seus Estados.

A Unifique, conforme já divulgado em fato relevante, pretende investir R$ 500 milhões no projeto de uma rede 5G, dos quais cerca de 2/3 já estavam previstos para a ampliação do backhaul na região. "Nosso plano inclui a expansão já prevista, o cumprimento das metas do edital e uma estratégia para ouras cidades que não somos obrigados a cobrir", disse ele a esse noticiário. As obrigações que o consórcio assume na Região Sul prevê a cobertura de mais de 1 mil cidades

A palavra de ordem na Unifique parece ser compartilhamento de infraestrutura. "Uma rede (de 5G) competitiva vai ter que ser compartilhável. Nós queremos compartilhar a nossa estrutura até mesmo com as grandes operadoras, e queremos poder compartilhar com eles também", diz Francisco. "Vamos buscar receitas nos modelos tradicionais, vendendo diretamente ao consumidor, mas vamos buscar modelos alternativos também", diz ele. Entre esses novos modelos estão serviços corporativos, serviços dedicados ou para IoT e oferta de soluções para outros ISPs, além da oferta de rede para outros concorrentes móveis.

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A Unifique tem já alguma experiência no mercado móvel sendo uma MVNO, que hoje utiliza rede da Vivo. "Aprendemos com essa experiência e com os problemas do 3G e do 4G hoje, e isso será útil no nosso plano de operar uma rede 5G". Segundo ele, não faz sentido para um operador de banda larga não ter uma alternativa de acesso móvel no futuro. "O 5G é essencial para os provedores de banda larga". 

O leilão

Em parceria com a Copel, a Unifique levou o lote C6, com a faixa de 3,5 GHz (3.620-3.700 MHz) na região Sul, depois de uma disputa intensa. As empresas comemoraram a conquista, por meio do Consórcio 5G Sul. 

As empresas lembram que a oferta inicial, de R$ 19 milhões, foi um dos mais disputados do leilão, com 19 lances. Finalmente, o consórcio se saiu vitorioso com uma oferta de R$ 73,6 milhões, um ágio de 1.454,7%.

 

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