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TIM: monetização do 5G no Brasil começa pela Internet fixa, não móvel

Foto: Christoph Scholz

Passado o leilão do 5G, a estratégia para ativação e monetização do serviço no País virou a bola da vez. Para a TIM, o retorno do investimento necessário com a tecnologia começará pela Internet residencial via rede fixa sem fio (FWA), deixando o serviço móvel e mesmo o corporativo para um segundo momento.

Diretor de engenharia da TIM, Marco di Costanzo abordou a trajetória nesta segunda-feira, 8, durante painel no congresso Futurecom. Segundo o executivo, o FWA será o primeiro caso de uso habilitado pelo 5G por conta da demanda no Brasil e da menor complexidade técnica frente outras opções mais sofisticadas.

“[Nos EUA] a T-Mobile declarou que vai chegar a 9 milhões de clientes de FWA em cinco a sete anos. Sabemos que o Brasil também tem um mercado não endereçado de banda larga fixa, então há uma grande oportunidade de monetização”, apontou Costanzo. O cenário seria um pouco distinto no caso da Internet móvel: segundo o diretor da TIM, não há atualmente uma predisposição do consumidor para pagar uma taxa a mais pelo serviço de quinta geração.

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A mesma preocupação foi apontada por operadoras internacionais 5G que, no entanto, começaram a perceber uma alta na receita média por usuário (ARPU) nos últimos meses. Questionado sobre a melhora, Costanzo notou que a estratégia passa por pacotes de dados muito mais robustos.

“Subir os preços com o mesmo bundle de dados não funcionou. O que estamos vendo que funciona é criar pacotes de dados maiores. Nos EUA se fala em 35 GB e pacotes ilimitados, enquanto no Brasil estamos entre 3 GB e 5 GB em média”.

Haveria, entretanto, tendências de consumo que podem acelerar o processo. Entre elas, o surgimento de novas aplicações de realidade virtual e aumentada, como o metaverso anunciado pelo Facebook.

B2B

No caso do mercado corporativo (B2B), a referência internacional utilizada veio da China. “A China Mobile começou oferecendo [soluções 5G] para qualquer indústria, mas agora começaram a focar em no máximo cinco pilares”, notou o executivo da TIM.

Tais segmentos seriam os mais promissores do ponto de vista de geração de receitas frente à sofisticação da implementação – que pode exigir funções inovadoras como fatiamento de rede (network slicing) e edge computing. “Temos que administrar essa complexidade dentro de casa e oferecer simplicidade”, resumiu Costanzo.

Vice-presidente e head de OSS/BSS na provedora de soluções CSG, Thomas Steagall também fez ressalvas. “Não existem muitas operadoras no mundo com slicing avançado: é algo novo e os benchmarkings são limitados. Não é só fazer acontecer, mas como monetizar. E os tipos de slicing [demandados] vão ser muito diferentes de uma geografia para outra”.

Cloud

Mais cedo, em outro painel, o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville, mencionou que a empresa também enxerga no mercado “B2B2C” oportunidades, como na parceria com a empresa automotiva Stellantis para a conexão da fábrica da Jeep em Pernambuco com 5G. Além disso, a operadora implanta uma política de migração de todo o TI da empresa para a nuvem até 2023. “Em paralelo, estamos pensando também o que podemos levar de rede para o cloud”, declarou Capdeville.

No entendimento do executivo, há sinergias possíveis. “Estamos verificando benefício de ir para a cloud, e queremos oferecer para o cliente também, e aí em um modelo parecido com B2B2C. Como trazer parceiros para hospedar em nossos 40 data centers, ou talvez nas nossas 20 mil torres”, declarou. (Colaborou Bruno do Amaral)

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