A avaliação do Ministério das Comunicações sobre o leilão do 5G é positiva, como destacou o ministro Fábio Faria nesta segunda-feira, 8, durante abertura do congresso Futurecom. Um dos pontos principais, contudo, foi o desempenho da faixa de 26 GHz. Apesar de terem restado vários lotes desertos, a pasta entende que houve sucesso no processo.
Em suas considerações sobre o leilão, o secretário de telecomunicações do MCom, Artur Coimbra, salientou que, mesmo não havendo ainda modelos de negócios definidos, o leilão permitiu novos atores. "A gente viu duas empresas novas entrando, com interesse e planos de negócios bastante específicos, voltados à Internet das Coisas", destacou ele.
O compromisso de escolas conectadas, atrelado à faixa de 26 GHz, levantou um total de R$ 3,1 bilhões com o leilão. Coimbra lembrou, contudo, que os recursos não precisarão ser empregados em aplicações com o espectro. "Tem escolas que estão a 50 metros de um cabo óptico, e fazer o drop [da fibra para a escola] custa menos de R$ 1 mil", destacou.
Os investimentos necessários e como aplicar esses recursos serão indicados com a criação do grupo de acompanhamento de custeio a projetos de conectividade das escolas (GAPE) e da Entidade Administradora da Conectividade das Escolas (EACE), na qual participarão as empresas vencedoras dos lotes, o MCom e o Ministério da Educação. "O grupo precisará de um diagnóstico preciso", afirma Coimbra. A Anatel e o BID recentemente lançaram um levantamento desses dados, que serão utilizados pela agência também em acordo de cooperação com a Fundação Lemann.
O secretário é cotado para assumir o cargo de conselheiro da Anatel após a saída de Leonardo Euler da presidência (por sua vez, substituído pelo conselheiro Carlos Baigorri, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro). Coimbra não quis mencionar essa troca pela agência reguladora, mas destacou que "tem que fazer as coisas na hora certa", ao mencionar o trabalho de conexão nas escolas.