BlackBerry detalha participação de investidoras em plano de recuperação

A BlackBerry detalhou quais serão os investidores que irão se juntar à Fairfax Financial para levantar a quantia de US$ 1 bilhão com a emissão de debêntures conversíveis em ações, parte do plano de recuperação prometido nesta semana e que oficializa a desistência de venda da empresa. Em um documento enviado ao mercado na quinta-feira, 7, a companhia canadense detalha que a Fairfax entrará com US$ 250 milhões, mas a empresa de investimentos Canso aportará US$ 300 milhões.

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Além das duas, outras companhias canadenses se comprometeram a ajudar a fabricante de smartphones: Mackenzie Financial Corporation, com US$ 200 milhões; Markel Corporation, com US$ 100 milhões; e Brookfield Asset Management, com US$ 50 milhões. A única entidade não-canadense é a Qatar Holding, do Catar, que investirá US$ 100 milhões.

No acordo, a BlackBerry precisa pagar uma multa de US$ 250 milhões para a Fairfax caso a venda das debêntures não seja completada em sua totalidade. Se houver mudança de controle na empresa antes do da finalização da transação ou no período de 30 dias após essa conclusão, a BlackBerry também pagará multa, desta vez de US$ 135 milhões, à Fairfax, que irá dividir a quantia entre todos os compradores.

O governo do Canadá tem se preocupado com a possível interferência de estrangeiros na maior empresa de tecnologia do país, e o próprio board da fabricante segue a mesma linha de pensamento. Mas o aporte da Qatar não chega a ameaçar essa política protecionista – pelo menos não tanto quanto uma possível compra de empresas chinesas como a Lenovo, que estudava a possibilidade antes do anúncio desta semana. Além disso, a movimentação deixará o fundo de investimentos canadense Fairfax com ainda mais participação. O acordo, anunciado na última segunda-feira, permite à financeira aumentar a participação (que já era a maior) na BlackBerry de 10% para 16%. 

Citando "pessoas familiares com o assunto", a agência de notícias Reuters afirma que o board da BlackBerry chegou a deliberar sobre a partilha da empresa, mas decidiu que não seria interessante. De acordo com a agência, companhias rivais como Microsoft, Lenovo e mesmo a Apple estariam interessadas em fatiar a fabricante canadense em busca de propriedades intelectuais e patentes. Em 2011, as mesmas três empresas, além de outros grupos de tecnologia, juntaram-se para comprar patentes da companhia canadense Nortel.

Incentivos para o comando

O documento também informa que o novo CEO da BlackBerry, John Chen, deverá receber um salário base de US$ 1 milhão, com um bônus de desempenho de mais US$ 2 milhões. Chen ainda vai receber como incentivo 13 milhões de ações restritas, distribuídas a partir do terceiro ano dele na empresa e finalizada ao quinto ano. Outro executivo que assumirá papel de destaque no comando da companhia canadense é Prem Watsa, presidente da Fairfax Financial, que ganha assento no Conselho de Administração.

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