Desafios das TVs conectadas é gerar receita, apontam especialistas

Fabricantes e desenvolvedores de aplicativos que têm se dedicado ao mercado das TVs conectadas participaram na manhã desta terça-feira, 8, do TV.Apps, evento promovido pela Converge Comunicações em São Paulo. A indústria, que aos poucos muda os paradigmas de mercado de consumo de televisão e do papel das fabricantes, conquista espaço apostando nos aplicativos conectados embarcados diretamente nos televisores, na diversidade de conteúdos e novos modelos de negócio. “É uma plataforma e temos que gerar faturamento com ela”, destaca Milton Neves, diretor de TVs conectadas da LG. “Fomentar o mercado e atrair novas marcas e novos parceiros é um caminho para deixar a plataforma mais forte”. Entre os modelos de negócio praticados atualmente pela fabricante estão a publicidade, a assinatura, o transacional, a venda de aplicativos e, segundo o executivo, ainda existem outros modelos a serem explorados.

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Para Rafael Cintra, gerente de TVs da Samsung, o crescimento do mercado de TVs conectadas traz novos paradigmas para a TV. A fabricante de televisores deixa de focar na entrega do hardware para ser também uma provedora de soluções de conteúdo. O que antes era medido como preço, agora é uma cadeia de valor. O que antes era um mercado restrito, agora é conectado e convergente. Cintra observa que o Brasil é um mercado bastante promissor com as perspectivas de melhoria da banda larga. Hoje são 16 milhões de lares com conexão de banda larga (dos quais apenas 3 milhões têm conexão superior a 1 Mbps). A expectativa é de que em 2016 sejam 30 milhões. O crescente interesse pelo vídeo on-demand (VOD) também deve auxiliar no aumento da base.

Os desenvolvedores também são otimistas, baseadas nos novos hábitos de consumo e no gosto pela televisão. Salustiano Fagundes, da HXD, empresa criada inicialmente para desenvolver aplicativos para o Ginga e que encontrou nas SmarTVs um mercado a ser desbravado, diz apostar no mercado e contou que a empresa também passou por mudanças de foco para interagir melhor com o mercado, investindo em profissionais de marketing e conteúdo.

Para Terence Reis, da Pontomobi, empresa que tradicionalmente se dedicava a aplicativos e conteúdos para celular e que agora aposta no universo das TVs conectadas, o grande diferencial entre as fabricantes de televisores será a abertura que elas darão aos novos projetos. “Os grandes players são limitados e esperados. O diferencial é dar abertura para surgir coisas novas e ideias novas”, diz.

Mercado

Milton Neto, da LG, apresentou alguns dados sobre o mercado de TVs conectadas na palestra de abertura do evento. No cenário mundial, as TVs conectadas representam hoje 6% da base. A projeção é de que em 2016 cheguem a 20%. No Brasil, um a cada cinco aparelhos de tela plana vendido já é do tipo SmarTV e a diferença de preços entre os aparelhos conectados e os não-conectados chegou a R$ 100, o que deve favorecer o aumento da base.

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