Neste início de semana, a Oi foi alvo mais uma vez de fortes especulações a respeito de uma possível venda – desta vez, fatiada de acordo com seus ativos, que seriam divididos entre a Telefônica/Vivo, Claro Brasil e TIM. Para isso, as três operadoras iriam se unir para executar a negociação – pelo menos isso seria a sugestão do "balão de ensaio" e que teria sido "provocado" por bancos de investimento, como o Morgan Stanley. Os rumores foram inicialmente publicados pelo jornal espanhol Expansión no final de semana, mas também teriam sido confirmados pelos brasileiros Valor Econômico e Estado de São Paulo nesta terça-feira, 8.
A negociação seria feita de forma conjunta, "a seis mãos", para uma eventual partilha depois. O grande alvo seria a operação móvel, mas também estariam na negociação as torres e lojas da Oi. Também poderia estar na mesa o segmento fixo, sobretudo a infraestrutura ótica e as torres. Por sua vez, os bens reversíveis da telefonia fixa seriam "devolvidos ao governo" para "receber um cheque" de volta.
Importante ressaltar, entretanto, que não há confirmação de nenhuma das partes sobre a suposta negociação, e mesmo as "confirmações" dos jornais indicam que seriam "conversas preliminares" e "balão de ensaio", inclusive citando fontes que teriam dito não haver negociação formal. Procurada, a Oi não quis comentar, mas como tem sido de costume após a veiculação de especulações na imprensa, é provável que ainda precise responder à ofício da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedindo esclarecimentos. A este noticiário, a Claro disse que "não comenta especulações". TIM e Vivo também preferiram não comentar, mas a Telefônica já havia negado em setembro negociação para comprar a Oi.
A especulação lembra o que ocorreu a partir de 2013. Da mesma forma, um banco de investimentos – segundo o Valor, o BTG Pactual – teria sugerido a negociação conjunta da Vivo, Claro e Oi para um fatiamento da TIM. Na época, o vice-presidente de assuntos regulatórios e institucionais da TIM, Mario Girasole, já havia negado a venda da empresa ao dizer que "não é linguiça para que seja fatiada". Mesmo assim, os rumores permaneceram por mais de um ano. Em 2014, o então presidente da TIM, Rodrigo Abreu (agora COO da Oi), precisou reiterar a posição, que havia sido considerada inviável por fontes da Anatel.
A Oi está em situação mais delicada com a recuperação judicial e forte pressão no caixa. A empresa realiza investimentos fortes na infraestrutura fixa, com a estratégia de reuso de fibra para levar FTTH a mais localidades. Porém, até o momento, a única venda de ativos considerada pela empresa é a dos considerado não estratégicos, como data centers e a operação angolana Unitel. Em entrevista a este noticiário na semana passada, Abreu e o atual diretor-presidente, Eurico Teles, confirmaram que o negócio móvel continua gerando valor para a empresa. Alegaram ainda ter interesse em participar do leilão de 5G, que pode acontecer em algum momento de 2020.
Mas essa necessidade de investimento em frequências também vale para as demais operadoras. A Claro ainda está em processo de incorporação da Nextel, cuja operação foi recentemente aprovada pela Anatel e pelo Cade. O grupo Telefónica, dona da Vivo, tem demonstrado estratégia de venda de ativos por conta do endividamento. A TIM, por sua vez, tem promovido o compartilhamento de infraestrutura com a Vivo para otimizar recursos justamente para se preparar para o leilão de 5G.
O que é certo é que as especulações causam impacto nas ações da Oi, que seguem oscilando. Desde o dia 20 de agosto, quando atingiu o valor de R$ 1,12 – o menor dos últimos seis meses -, as ações preferenciais (OIBR4) têm recuperado fôlego. No fechamento da bolsa na segunda-feira, 7, estavam sendo negociadas a R$ 1,46, um aumento de 30,36% em comparação com o ponto mais baixo em agosto. Já as ações ordinárias (OIBR3) atingiram R$ 0,73 na mesma data em agosto, e agora operam a R$ 0,94, avanço de 28,77% no mesmo comparativo. Na época, o motivo da queda foi em decorrência de rumores de que a Anatel estaria estudando intervir na operadora.
Para o consumidor não será bom…eliminação de cocorrente, concentração de mercado, degradação da qualidade dos serviços. Era cliente GVT, não tinha do reclamar até virar Vicendi (começou a queda de qualidade) até ser comprada pela Vivo. Piorou muito, redes sucatedas, padrão vivo de atndimento, etc. Acabei migrando pro serviço Oi fibra e nunca tive problema. Melhor para o poco, mercado e industrtia seria se uma grande operadora chinesa adquirisse a Oi…ai o mercado teria de se mexer. Vamos aguardar, pq n]ao é facil, tem Cade, SDE, Anatel, sobreposições de outorgas, licenças, espectros, etc…
Só tem um problema Francisco, a OI está quebrada, se não entrar $$ até Fevereiro, a empresa entra em insolvência e o processo de falência se dará de forma automática, por pior que seja essa opção, nenhum outro player externo parece interessado nem na divisão móvel e muito menos na fixa.
E esse pessoal não tão comprando a OI pra se livrar da concorrência, eles estão fazendo esse esforço pois todos tem suas estruturas em muitos pontos do nordeste e do norte dependentes da fibra óptica da OI, que em parceria com a RNP expandiu a rede com força no norte e nordeste. A OI Hoje detêm menos de 17% do mercado móvel, o que em si só já mostra que a maior operadora do país também é a mais indesejada pelo mercado.