Um dia depois da oferta de compra da GVT pela Telefônica, as ações da Vivo e da TIM fecharam entre as maiores altas do pregão desta quinta-feira, 8. Os analistas ouvidos por este noticiário citaram alguns "boatos" que estão circulando no mercado, que poderiam justificar a alta de 7,29% no papel ordinário da Vivo e um volume de negócios fora do normal. Essas mesmas fontes, entretanto, foram unânimes em afirmar que esses boatos não seriam suficientes para provocar tamanha alta. "Para mim tem alguma coisa além disso", disse uma analista que preferiu não ser identificado.
Em primeiro lugar, há a leitura de que a Telefônica não levaria adiante os planos da GVT em criar uma operação de MVNO (operadora móvel virtual), que seria um competidor para a Vivo. Outro boato é sobre uma possível economia da Vivo nos custos com aluguel de rede fora do Estado de São Paulo. Entretanto, como os analistas mencionaram, a Anatel exige que as concessionárias pratiquem preços de mercado mesmo quando vendem capacidade para empresas do mesmo grupo. "Será que é só isso? Não sei. MVNO não existe no Brasil e é cedo para imaginar qualquer tipo de resultado de uma operação dessa", acrescenta essa mesma fonte. A alta de 5,23% nas ações ordinárias da TIM teria sido provocada pela alta da Vivo, na opinião dos analistas.
Histórico
Vale lembrar que há bastante tempo a Telefónica tenta entrar em um acordo com a Portugal Telecom para ficar com a totalidade da Vivo. Os portugueses, entretanto, nunca se mostraram dispostos a vender a sua participação na operadora. Ao contrário, adotam postura de compradores, e não de vendedores. Com a entrada da Telefónica no capital da Telecom Italia, a TIM também passou a fazer sentido para os planos da Telefónica no Brasil. Inclusive a TIM sempre foi alvo de boatos de que estaria à venda. Mas há impedimento regulatório para que o grupo espanhol controle ao mesmo tempo as duas operadoras móveis no Brasil.
Telebrás
A ação da Telebrás teve uma alta surpreendente no pregão de hoje: 21,74%, o papel prefencial. A grande valorização, entretanto, não foi sequer levada a sério por um analista de mercado. "Isso é especulação pura. Quem quiser perder dinheiro que entre nesse barco. Vamos falar de empresas que existem, de empresas sérias", disse ele.