Impasse com Banco do Brasil, Caixa e Itaú continua na AGC da Oi

Representante da Caixa Econômica Federal durante manifestação na AGC da Oi

Os bancos foram os principais autores de recursos e embargos promovidos desde a apresentação da proposta de aditamento ao plano da recuperação judicial da Oi, e durante a assembleia geral de credores nesta terça, 8, não foi diferente. Representantes do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú se manifestaram oralmente durante o início da tarde, e acabaram por suspender temporariamente a reunião: primeiro por um período de 1h, depois com mais 1h30 para as negociações entre as instituições e a operadora.

Em comum também é o pleito para a postergação da própria AGC. Todos os bancos credores quirografários solicitaram a suspensão da assembleia por 30 dias. O CEO da Oi, Rodrigo Abreu, antes da paralisação temporária da reunião – justamente para negociar com os bancos -, afirmou que mesmo esse prazo seria prejudicial e colocaria em risco a própria operadora. 

"Nós acreditamos que o timing seja muito crítico para a viabilidade da recuperação da companhia. Existe previsão de venda de ativos non-core que só serão possíveis com a aprovação [da proposta]. A companhia depende disso para a realização de investimentos, recebendo recursos e garantindo a sustentabilidade financeira".

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O posicionamento dos bancos não foi exatamente uma surpresa. As empresas tentam há quase um mês cancelar a AGC, além de desqualificar o direito de voto dos bondholders. O Juízo da 7ª Vara Empresarial, entretanto, indeferiu todas as tentativas.

Queixas

A queixa dos bancos é a mesma: as condições de pagamento do crédito teriam sido preteridas nesta nova proposta que será votada. O representante da Caixa afirmou: "O que impressionou é que, enquanto a maioria dos credores festeja por conta da melhoria das condições de pagamento, a Caixa, banco público, experimenta deságio de 60% sobre seu crédito sem que seja apresentada qualquer razão para isso".

Segundo ele, a Caixa não se mostrou contrária à reestruturação da Oi, mas sim à distribuição dos recursos. No caso específico, afirma que os créditos se tratam de recursos públicos. "Até hoje não conseguimos entender o porquê da imposição do deságio de 60%. Não tem justificativa técnica, econômico-financeira", declarou.  

Direito a voto

No caso do Itaú, questiona-se também a qualificação de direito ao voto na AGC para os credores bondholders que já tiveram os créditos quitados. O representante do banco lembra que, segundo a lista de credores fornecida pelo administrador judicial, o Escritório Arnoldo Wald, a Oi quitou a dívida de 32.711 credores "comuns", ficando assim de fora da deliberação. "Ou a cláusula [dos bondholderes] se aplica a todos os credores, ou a nenhum", afirmou.

Segundo o representante, haveria "conflito de interesse formal", uma vez que os bondholders concordaram em converter o crédito em capital, e assim teriam se tornado o maior grupo de acionistas da Oi, ainda que o capital esteja pulverizado. "Ao mesmo tempo que propõem [o aditamento], deliberam e aprovam um plano que prejudica determinados credores financeiros e gera equity value, que mantém uma trajetória de alta desde a apresentação da proposta", diz.

Bondholders

Por sua vez, um representante dos bondholders afirmou que as condições de deságio da dívida já estavam no plano original, aprovado em 2017, de forma "implícita" com o alongamento do tempo e taxas de juros com descontos. "Tanto Caixa quanto Banco do Brasil e Itaú fizeram muita questão em destacar a segurança jurídica. Para nós, trata-se de cumprir o que foi combinado, seguindo regras previamente estabelecidas. Estamos em continuação, é uma aditamento a um plano que foi negociado e votado lá atrás", declarou.

10 COMENTÁRIOS

  1. O fatiamento da Oi vai gerar cerca de cem mil demissões, vai inviabilizar o atendimento de banda larga para a maioria da população, vai concentrar a economia, além de dar um golpe de cem bilhões no Estado brasileiro através dos bens reversíveis.

    • Como 100 mil se ela tem 50 mil ja foi passado milhares de vezes…as vezes é bom se informar…ela está vendendo à parte que para ela não é viável

  2. Quem é novato na bolsa e se deixa enganar por picaretas que recomendam compra vai levar um nabo. Esses que recomendam compra querem é vender, isso aí é um rolo danado, lembra a extinta OGX. Se está sendo vendida pra pagar dívida, prova que não vale nada, vai virar pó, questão de tempo. O velho efeito manada, sempre se repete. Uns perdem , outros ganham.

  3. Na verdade só os funcionários sabem o que estão passando…..muitos pais de famílias todos preocupado sem saber o que vai acontecer com os empregos….a oi não está preocupa com nenhum funcionário

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