Anatel propõe tecnologias para otimizar espectro para 5G no Brasil

Para proporcionar um ambiente favorável para o uso do 5G no Brasil, a Anatel está propondo mudanças regulatórias para otimizar o uso do espectro. Vinicius Caram, Superintendente de Recursos à Prestação da Anatel, apresentou as propostas objeto da consulta pública nº 44 no Painel Telebrasil 2020. O evento, que aconteceu nesta terça-feira, 8, é organizado pelo TELETIME. Por sua vez, TIM, Ericsson e Qualcomm mencionam novas faixas que poderiam garantir a plena capacidade da tecnologia.

Caram afirmou que o espectro ocioso, o White Space, é uma possibilidade. "Foi apresentada uma proposta de regulamentação que permite seu uso de forma dinâmica, na faixa de UHF. A proposta prevê que os requisitos de operação sejam precedidos de aspectos técnicos, a partir de base de dados organizadas. A consulta pública 44, que tratou do assunto, está em processo de sistematização das contribuições recebidas", disse o representante da Anatel.

Uma das mudanças prevê o a adoção do ITS (Intelligent Transportation System) para permitir o uso de novas tecnologias de comunicação entre veículos a partir do 5G. Segundo Caram, o leilão de espectro do 5G terá faixas que permitem uso de sistemas de comunicação de veículos e sistemas de radar veicular em aplicações fixas.

Notícias relacionadas

Demanda por espectro

Marco di Constanzo, Diretor de Engenharia da TIM Brasil, disse que banda 3.5 GHz é uma banda usada globalmente que permite uma sinergia entre as economias de escalas. Também ressaltou que para uma plena aplicação do 5G, é importante não ficar limitado a uma única banda. "Isso é essencial para garantir a plenitude do potencial da tecnologia. É preciso garantir uma pluralidade de bandas de espectro", afirmou Constanzo.

O executivo da TIM destacou ainda que leilões arrecadatórios determinam um aumento exorbitante no valor do espectro. "O mecanismo de leilão altera substancialmente o custo da tecnologia", finalizou.

Paulo Bernardocki, Diretor de Soluções e Tecnologia da Ericsson, disse que o crescimento de tráfego em 5G é substancial. "Com a chegada do 5G ano que vem, teremos uma quantidade de espectro boa na faixa de 3,5 GHz, em ondas milimétricas, esse espectro vai ser capaz de escoar todo o tráfego de 5G daqui a dois anos", disse o executivo.

Bernadocki destacou que a contribuição da Ericsson para a consulta pública 44 envolveu a liberação da faixa de 6 GHz também para o 5G. "O espectro de 6 GHz é para ser identificado com a banda IMT. Especialmente em áreas urbanas", disse.

WiFi 6E e 5G

Outro elemento apontado pelos especialistas que participaram do Painel Telebrasil 2020 foi sobre o uso da faixa de 1.200 MHz para o WiFi 6E e 5G juntos. Giuseppe Marrara, Diretor de Relações Governamentais da Cisco, ressaltou que durante a pandemia do coronavírus (covid-19), viu-se o crescimento "vertiginoso" do uso do Wi-Fi.

"Isso nos obriga a olhar para frente para pensarmos no espectro de 1.200 MHz. É bom termos em mente o uso de espectro para serviços de WiFi 6E e do 5G juntos. Isso potencializa o uso dessa faixa", disse o diretor. O mesmo raciocínio foi o de Milene Pereira, Gerente de Relações Governamentais também da Qualcomm.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!