Se há alguns meses havia uma certa tendência sobre a necessidade da elaboração de uma legislação ampla de comunicação eletrônica (a chamada Lei de Comunicação Social), hoje parece que os diferentes players do mercado têm posições diferentes. A mudança de posição decorre de interesses imediatos.
Para o presidente da Telefônica, Antônio Valente, a Lei do Cabo de fato está ultrapassada em relação ao que era em 1995, quando foi feita, e precisaria ser revisada. "Acho que existe uma grande complexidade para se discutir uma lei de comunicação ampla. Uma revisão da Lei do Cabo deve ser feita, sem esperar uma lei geral". Já Francisco Valim, presidente da Net Serviços, diz que não há a necessidade de mudar nenhuma lei. "Antes de tudo, a lei precisa ser cumprida. Não é porque ela é antiga que ela deve ser refeita. A CLT é da década de 40 e continuamos cumprindo".
Para Alberto Pecegueiro, presidente da Globosat, é preciso tomar cuidado para que uma mudança no marco legal não jogue fora as conquistas da Lei do Cabo. "Eu acompanhei a elaboração da lei e foi um dos casos em que vimos o pleno exercício da democracia, com a conciliação de interesses absolutamente diferentes".
Os executivos participaram de debate durante a ABTA 2007, que acontece esta semana em São Paulo.