Anatel mostra que apenas 25% das escolas públicas têm banda larga efetiva

Foto: Pexels

A Anatel liberou nesta sexta-feira, 8, o acesso ao painel de dados consolidados sobre conectividade nas escolas públicas, utilizando como fonte o Censo Escolar 2021 e outras várias fontes governamentais. Mas o cenário retratado (clique aqui para acessar) tem algumas ressalvas, como considerar como acesso efetivo à Internet instituições conexões abaixo de 1 Mbps. Indo pelas diretrizes do grupo da faixa de 26 GHz, a realidade muda completamente para apenas um quarto das instituições contado com pleno acesso.

No universo de 138,8 mil escolas públicas municipais, estaduais e federais, a página inicial coloca que apenas 9,7% (13.493) unidades estariam sem Internet. As fontes desses dados mostram conflitos, como quando algumas instituições alegam ter banda larga com velocidades abaixo do 1 Mbps.

TELETIME traz abaixo recortes que seriam mais em contexto com a realidade atual, chegando-se a outro cenário consideravelmente mais preocupante em relação ao status da conectividade das escolas. Os números consideram os dados de cada instituição citada.

Notícias relacionadas

De 1 Mbps a 10 Mbps

Como afirmou nota técnica do Grupo Interinstitucional de Conectividade na Educação (GICE), divulgado no final de junho, o parâmetro mínimo da banda larga para escolas deveria considerar 1 Mbps suficiente. Assim, excluindo-se escolas sub-1 Mbps ou que não têm conexão alguma no recorte de velocidades do Plano Nacional de Banda Larga nas Escolas (PNBLE), o total unidades das descritas como conectadas desce de 103,4 mil para 74 mil. E as sem banda larga aumentam para 64,8 mil, ou 46,68% sem Internet efetiva. 

Acontece que uma conexão de 1 Mbps para a escola toda também pode não ser suficiente para acesso efetivo. Pelo filtro dos dados baseados nos estudos do MEC, são 41,9 mil escolas com acesso de até 2 Mbps, ou 58,5 mil com velocidade de 10 Mbps em diante, o que equivale a menos da metade (42,1%) do total das instituições.

Conectividade efetiva

Fonte: Dados compilados pela Anatel

Pelas diretrizes do Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape), que vai utilizar recursos de R$ 3,1 bilhões do leilão do 5G na faixa de 26 GHz, as velocidades para conectividades efetivas para usos pedagógicos devem ser de, no mínimo, 50 Mbps (o que ainda pode significar apenas 256 kbps por aluno). Desta forma, a tabela da Anatel com dados do MEC traz apenas 34,1 mil escolas públicas se encaixando neste recorte, elevando o total de 104,6 mil sem conexão adequada à Internet, ou 75,4% do total. 

Há ainda recente relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que afirma que a velocidade mínima deveria ser de 20 Mbps por unidade, o que corrobora que os critérios do painel da Anatel poderiam ser revisados. Ou seja, um diagnóstico mais efetivo para um programa nacional de escolas conectadas ainda pode ser necessário, com informações confiáveis, até para poder se propor políticas mais efetivas. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!