5G da Claro utilizará inicialmente apenas a faixa de 2,5 GHz

Presidente da área de consumo e PMEs da Claro, Paulo Cesar Teixeira

Anunciado na semana passada, o 5G da Claro no Brasil teve mais alguns detalhes revelados nesta quarta-feira, 8. O compartilhamento dinâmico de espectro (DSS) que possibilitará a implantação do padrão IMT-2020 (ou seja, 5G) na rede ao mesmo tempo em que a frequência é usada com a tecnologia 4G, será feito com a faixa de 2,5 GHz em padrão não standalone

O arranjo será o de utilização da capacidade de 20 + 20 MHz que a operadora detém na faixa para a implantar a padrão 5G, aproveitando-se da tecnologia de múltiplas entradas e saídas MIMO 4×4. Ou seja, especificamente na faixa de 2,5 GHz, será aplicado a técnica de escoamento de tráfego semelhante ao que a operadora utiliza no LTE-Advanced Pro (comercialmente chamada de 4,5G). 

A diferença é que no 5G não haverá a agregação de portadora, pelo menos por enquanto. Ao TELETIME, a operadora confirmou que a tecnologia adotada é a não standalone (NSA) – ou seja, necessitando ainda da infraestrutura do 4G como suporte.

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O presidente da área de consumo e PMEs da Claro, Paulo Cesar Teixeira, disse que a frequência de 2,5 GHz "é uma escolha inicial, mas que podemos alterar" por ser "a faixa de maior capacidade que temos". Logo após, emendou: "ao mesmo tempo, teremos carrier aggregation com 700 MHz e 1.800 MHz", o que indica que a agregação de portadoras do 4,5G seria utilizada para apoiar o 5G – ou seja, a aplicação não standalone.

"Vamos ter a solução que é a melhor para o momento. Mas a rede é flexível (…) e queremos ter usufruto da frequência mais larga que temos", diz Teixeira ao se referir ao bloco de 20 + 20 MHz. A Claro confirmou que não haverá nenhum impacto para usuários 4G na mesma faixa. "A alocação e gera um balanceamento inteligente entre as tecnologias de modo a não comprometer a experiência de quem utiliza o 4G", disse a empresa por email.

Fornecedores

O DSS foi adicionado ao padrão 5G pelo grupo 3GPP ainda no release 15, lançado em abril de 2019. Nos subsequentes releases (16 e 17), a tecnologia recebeu aprimoramentos.

Nessa implantação no Brasil, a Claro está usando a tecnologia DSS da Ericsson, por meio da plataforma Ericsson Spectrum Sharing (ESS), ativada em estações radiobase que eram "5G ready" (ou seja, "prontas para o 5G") por meio de atualização de software. Segundo informações da fornecedora sueca, essa solução "oferece um caminho mais limpo para o 5G standalone, permitindo a operadoras alocar investimentos de Capex para novos casos de 5G standalone".

O chipset utilizado no celular lançado na ocasião, o Motorola Edge, é fornecido pela Qualcomm. O Snapdragon765 5G tem compatibilidade com tanto a versão standalone quanto não standalone.

Frequência do 4G

A faixa de 2,5 GHz foi justamente a primeira a ser implantada em redes comerciais 4G, ainda em 2012. A Claro adquiriu no leilão da Anatel na época um bloco de 20 + 20 MHz, o de maior capacidade do certame. 

A Vivo também adquiriu um bloco de 20 + 20 MHz em 2,5 GHz nesse mesmo leilão. Por conta disso, as duas operadoras assinaram acordo de compartilhamento de rede na época. Em 2016, as duas teles receberam aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para estender o acordo de compartilhamento na faixa. Segundo a Claro, nas áreas anunciadas para essas primeiras implantações do 5G DSS não há acordo de compartilhamento com nenhuma outra empresa.

Contudo, é importante ressaltar que os leilões de frequência são tecnologicamente neutros. A própria Anatel recentemente aprovou medidas para facilitar a implantação do 5G com frequências que as teles já têm.

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