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Viasat inicia testes do Wi-Fi comunitário no Brasil

Antena Viasat. Foto Rafael Roncato/Divulgação

A operadora Viasat iniciou o período de testes da primeira operação no Brasil do serviço de Wi-Fi comunitário com a capacidade comercial em banda Ka do Satélite Geoestacionário de Comunicações e Defesa (SGDC). O local escolhido foi o município de Natividade da Serra, uma pequena cidade de pouco mais de 2,5 mil habitantes na região do Vale do Paraíba, do interior de São Paulo, onde a empresa já iniciou uma oferta do serviço gratuito de Internet para degustação da população local.

A fase de testes deverá durar cerca de dois a três meses, quando a empresa deverá obter “mais confiança” com informações suficientes para entender qual o melhor modelo de negócios a ser aplicado. A operadora não pretende fazer um lançamento simultâneo no País todo, mas uma etapa já prometida e que deverá ocorrer ainda este ano é no Nordeste do País.

A premissa é idêntica à que a empresa norte-americana faz no México, onde o serviço já conecta mais de 1,5 milhão de pessoas. Para a companhia, a infraestrutura necessária é “mínima”, permitindo serviço com relação custo/benefício acessível para a população local. As instalações (com equipamentos de fornecedores não revelados) são feitas por meio de parcerias – no caso da cidade paulista, a operadora trabalha com a Visiontec, que está ajudando com um total de 20 sites de testes.

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Modelo de negócios

No bairro de Pouso Alto em Natividade da Serra, os testes de consumo de tráfego e demanda deverão ditar a precificação. Conforme explica a vice-presidente e gerente geral da Viasat do Brasil, Lisa Scalpone, o preço deverá ficar em torno de R$ 3 por hora ou por gigabyte de franquia. “Quando lançarmos [os planos comercialmente], vamos testar ambos os modos”, declarou ela em conversa com jornalistas no local. “Vamos oferecer alternativas, como um pacote de preço mais alto, mas por semana”, diz. Ainda não está definido na empresa se será um preço tabelado por todo o País – possivelmente será implantado assim nas fases iniciais, mas haverá um período de adaptação para adequar o custo conforme a demanda do local.

A região foi escolhida pela carência em infraestrutura de banda larga – apesar de haver cobertura de rede móvel (em variados níveis de alcance e capacidade), a Internet fixa só é oferecida por rádio com um provedor regional ou por meio de conexão móvel-fixa em 3G/4G. Além disso, a proximidade com a capital paulista permite o acesso fácil da equipe de profissionais da Viasat.

“Viemos de São Paulo com distribuidores para ver como está o serviço, e se está havendo uma demanda natural – se vamos cobrar demais, se o preço está ok. [Vamos observar] Se há muito uso do YouTube enquanto está de graça, e isso vai parar quando ficar pago.” Perguntada se haveria alguma sinalização de parceria com provedores de conteúdo para oferecer serviços similares ao zero-rating das operadoras móveis, Scalpone mencionou que este é um ponto ainda não decidido. Especificamente em relação à parceria de plataforma integradora e de gestão de Wi-Fi com o Facebook, ela reiterou que o acordo é apenas no México. Vale lembrar que a Hughes e a Hispamar já anunciaram parceria similar com o Facebook no Brasil.

Até o final deste ano, a Viasat pretende também lançar o serviço de banda larga residencial, em esquema semelhante ao adotado nos Estados Unidos. Mas a disponibilidade vai depender da demanda e do local. “Teremos usuários residenciais também, mas para uma comunidade pequena, achamos melhor implantar primeiro o Wi-Fi comunitário”, reiterou o vice-presidente sênior da companhia, Kevin Harkenrider. No mesmo período, deverão passar a ofertar o serviço de banda larga corporativa. Além disso, a companhia informa que a parceira atacadista Ruralweb deverá lançar a oferta de capacidade satelital para provedores regionais ainda neste mês em 14 estados.

Kevin Harkenrider e Lisa Scalpone, da Viasat. Foto Rafael Roncato/Divulgação

Experiência

“Temos grandes expectativas”, diz Lisa Scalpone sobre a receptividade do serviço. A executiva menciona como os equipamentos contam com a antena, receptor e um ponto de acesso Wi-Fi amplificado de alto alcance – segundo os comerciantes locais, mesmo a uma distância de mais de 300 metros e com maior altitude, o sinal ainda podia ser captado. “O terminal pode suportar as casas em volta também”, diz. Ela destaca o local onde o ponto de acesso foi instalado em frente a uma escola e à pequena igreja local, ambos locais de maior concentração popular. Scalpone pontua que no México, o Wi-Fi Comunitário tem sido muito usado por estudantes para lições de casa; bem como por médicos para aplicações de telemedicina.

Conforme as medições do consumo na localidade, em cinco dias foram cerca de 100 GB de dados trafegados em downlink, com maior pico de uso no final da tarde e começo da noite. A expectativa da empresa é que isso aumente conforme mais pessoas passem a utilizar a plataforma. A Viasat oferece velocidades de até 25 Mbps, o que corresponde aos resultados dos testes realizados por este noticiário.

Marco Aurélio de Souza, dono do estabelecimento comercial (uma padaria no centro da cidade) escolhido para o ponto de conexão da Viasat, afirmou que a conectividade melhorou inclusive a frequência de clientes. Ele estava ciente de que o período de Internet gratuita iria acabar em cerca de dois meses, e que depois passaria a ter a Internet via satélite “como era com as lan-houses” – ou seja, com pagamento por tempo de acesso. Na avaliação dele, um custo de R$ 1 por hora trafegada seria adequado. A filha de Marco Aurélio, Ingrid de Souza Pereira, destacou que a conexão tinha mais velocidade do que as ofertas de rede móvel, mas que acessava mais redes sociais com o serviço.

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