Após a reunião da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), órgão responsável pela alocação de endereços da Internet, em Buenos Aires no final de junho, a celeuma sobre a transição das funções da Internet Assigned Numbers Authority (IANA), que coordenam o sistema de nomes e números da Web (DNS), para um modelo multissetorial exigiu esclarecimentos por parte do governo norte-americano. E o secretário de comunicações e informações da National Telecommunications & Information Administration (NTIA), órgão que administra a IANA, Lawrence E. Strickling, respondeu sem dizer nada. Em depoimento a representantes do comitê de comércio e energia dos Estados Unidos, ele apenas disse estar próximo de um plano final, mas sem estabelecer ainda nenhuma data.
Como já anunciado, a data de renovação do contrato da NTIA, o dia 30 de setembro próximo, não será suficiente para completar todo o processo, ainda mais considerando também o tempo necessário para que o governo dos EUA avalie o plano. Entretanto, Strickling diz que ainda está avaliando os pontos levantados pelas comunidades de debate para determinar uma nova data para extensão do período de contrato com a NTIA.
O secretário da entidade do governo dos EUA explica ainda que o grupo de coordenação da transferência da tutela das funções da IANA ainda precisa combinar as propostas aprovadas na capital argentina para, só então, colocá-las em consulta pública. Novamente, a condição é atender aos critérios e condições da NTIA para que seja possível completar esse processo. Uma nova reunião acontecerá em Paris em julho "como uma tentativa de amalgamar o plano de responsabilidade (accountability, referente à ICANN) que finalmente será submetido à NTIA junto com a proposta de transição de tutela". Esses dois aspectos precisam ser endereçados antes de qualquer movimentação, alerta Strickling.
Durante o evento na Argentina, o CEO da ICANN, Fadi Chehadé, afirmou que esperava por uma extensão de seis a nove meses, abrangendo entre o segundo e terceiro trimestres de 2016. A julgar pelo passo das negociações entre os stakeholders e os órgãos responsáveis pelo sistema de arquitetura da Internet, cada vez mais 2016 parece uma previsão otimista.