O Conselho Diretor da Anatel validou nesta quinta-feira, 8, o cumprimento pela Telefônica do plano de expansão proposto pela companhia para evitar novas falhas no serviço de banda larga do grupo, o Speedy. Entre 2008 e 2009 foram registradas quatro grandes panes no sistema de oferta de Internet, o que fez com que a Anatel determinasse a suspensão da comercialização do serviço no ano passado e exigisse a implantação de um plano de reforço da rede. De acordo com as averiguações técnicas, o projeto de reforço foi completamente executado pela Telefônica, dentro do prazo de 180 dias estipulado pela própria empresa.
A execução do projeto de curto prazo (180 dias), aprovada nesta quinta, 8, custou à companhia R$ 17,525 milhões, segundo as informações prestadas pela Anatel, aproximadamente R$ 900 mil a menos do que o previsto inicialmente pela empresa. A diferença de valor, no entanto, não comprometeu a execução das medidas de reforço da rede, de acordo com a análise dos técnicos. A análise da implantação do plano de reforço é apenas um de diversos processos abertos contra a Telefônica por conta das panes no Speedy.
Entre as melhorias de rede feitas pela Telefônica estão a ampliação do core e segmentação da rede IP, a implementação de ferramentas de segurança, o aumento do Call Center responsável pelo atendimento de problemas em contas (mais 200 funcionários) e a implementação de um sistema de redundância nas conexões da rede de banda larga. A avaliação detalhada do plano está no voto da relatora, conselheira Emília Ribeiro, que pode ser conferido na home page da TELETIME.
O relatório aprovado hoje também determina que a Superintendência de Serviços Públicos (SPB) da Anatel, em conjunto com a Superintendência de Radiofrequência e Fiscalização (SRF), avalie a possibilidade de aceitar as manifestações apresentadas pela Associação dos Engenheiros de Telecomunicações (AET) feitas ao longo do processo como "denúncia". Se isso ocorrer, as suspeitas levantadas pela AET serão analisadas separadamente, em um processo específico.
Desde 2009, a associação encaminha cartas à Anatel colocando em dúvida a real aplicação de recursos pela Telefônica na rede de banda larga e telefonia fixa no estado de São Paulo. A AET alegar ter consultado informalmente fornecedores de equipamentos, que teriam revelado uma discrepância entre os dados divulgados publicamente pela empresa como "investimentos" feitos na rede e as reais contratações realizadas no mercado. A associação pede que a Anatel faça uma auditoria na empresa para apurar os fatos.