A cidade de Campinas (SP) vai contar com um ecossistema de inovação voltado para o desenvolvimento de aplicações 5G, anunciaram a prefeitura do município paulista e uma série de parceiros nesta quarta-feira, 8.
TIM, CPQD, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Embrapa, Unicamp e PUC Campinas são os primeiros membros da iniciativa, batizada como Open 5G @ Campinas. Segundo os idealizadores, o movimento está aberto para novos interessados, incluindo fornecedores de dispositivos ou equipamentos, startups e demais atores.
A ideia é viabilizar uma plataforma para pesquisa, desenvolvimento e testes de novas tecnologias e casos de uso baseados em redes de quinta geração. Aplicações para Open RAN, orquestração, automação, inteligência artificial, edge computing e fatiamento de rede (network slicing) podem fazer parte do roteiro.
No momento, os trabalhos ainda estão em fase inicial. Primeira parceira de conectividade do ecossistema, a TIM ainda estuda qual será a necessidade de estações 5G para cobertura do projeto e não descarta que a ativação coincida com o próprio lançamento comercial do padrão na cidade (previsto até o momento para 2023, pelos termos do edital de 5G).
Já a RNP sinalizou que a rede metropolitana da entidade em Campinas, que interliga instituições de ensino da cidade, pode ser utilizada pelo ecossistema, além do backbone nacional e de pontos de presença administrados pelo órgão.
5G nacional
De acordo com representantes dos membros iniciais presentes em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, o desenvolvimento de soluções 5G aderentes à realidade brasileira é uma das metas. A estratégia pode passar por iniciativas vinculadas ao agronegócio, reforçada com a presença do Embrapa no projeto.
"A expectativa é desenvolver um 5G nos moldes que precisamos para o Brasil", afirmou o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville. "Uma pergunta é se devemos ter o mesmo 5G que todo o mundo, e a resposta que essa iniciativa provavelmente vai trazer é que não. O agro, que para a gente é muito relevante, talvez não tenha o mesmo impacto em outros países".
Tal cenário, segundo os presentes, seria uma janela de oportunidades para novas empresas surgirem – tanto na parte de software quanto na de hardware. Neste caso, oportunidades para inovação em campos como drones e robótica também são esperados, além de interação com iniciativas de fomento ao Open RAN.
"Estamos lançando uma semente para que ela possa germinar em árvores e depois em uma floresta 5G para o nosso País", ilustrou o presidente do CPQD, Sebastião Sahão Júnior. Durante a coletiva nesta quarta-feira, o profissional indicou que duas fornecedoras ligadas ao centro de pesquisas – a Padtec e a Trópico – também devem atuar no ecossistema inaugurado em Campinas. (O jornalista viajou para Campinas a convite do CPQD).