A modelagem do leilão de 5G pode sofrer ajustes, mas não será ditada por uma eventual venda da Oi Móvel. O presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, fez questão de afirmar que há uma independência no andamento do certame em relação às movimentações do mercado. Há ainda um elemento de cuidado com a concorrência que a agência precisará considerar.
"O que eu posso dizer é que jamais uma consolidação deveria conduzir uma agenda de política pública", declarou ele durante evento online do Tele.Síntese nesta sexta, 8. "Seja qual for o M&A, não vai determinar o ritmo nem o formato do leilão. O que determina é justamente a forma mais eficiente de implantar políticas públicas".
O presidente da Anatel diz que ainda não pode falar de expectativas a respeito da possível venda da Oi Móvel, considerando que se trata de um tema abstrato e ainda sem detalhes (ou mesmo confirmação da operadora e das interessadas Vivo e TIM). Ele garantiu, contudo, que haverá cuidado. "A gente vai analisar com muita cautela. Competição é um elemento fundamental para o setor, e queremos garantir que o ecossistema se mantenha saudável."
Para Euler, a tendência para as empresas de telecomunicações, nacionais ou internacionais, é de pressão nas margens, com aumento de investimentos para atender o crescimento exponencial de tráfego, mas sem que as receitas acompanhem o ritmo de evolução. Por isso, buscam solucionar isso criando valor nas consolidações, geralmente com ganhos de escala se forem horizontais (entre operadoras). Há ainda as verticais, como no caso da AT&T com a Time Warner.
"Seja uma movimentação de consolidação horizontal ou vertical, ao meu ver, essa não pode ser a única resposta para o cenário", opina. "O 5G tem potencial para trazer novas respostas para o cenário desafiador, inclusive com diversas aplicações de Internet das Coisas, desde que com parcerias industriais", completa.