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Anatel considera poder haver inviabilidade técnica de blocos menores no leilão de 5G

Foto: Pixabay

A Anatel ainda está analisando as contribuições da consulta pública da proposta de edital do leilão de 5G, encerrada em abril, mas já prevê dificuldades de atender demandas tanto das grandes quanto das pequenas empresas. Agora como líderes do mercado de banda larga fixa, as prestadoras de pequeno porte (PPPs) querem maior granularidade para poderem ter blocos de espectro. Porém, há dificuldades técnicas para que a rede 5G aceite essas porções menores.

Segundo o presidente Leonardo Euler de Morais, o tamanho dos blocos precisa ser considerado viável, assim como na questão da migração ou mitigação em 3,5 GHz. Conforme fornecedores afirmaram nas contribuições à consulta, a granularidade maior poderia afetar a eficiência espectral, uma vez que a sincronização entre redes fica mais complexa. “É importante ter os fatos: se não se pode ter uma sincronização adequada, não podemos trabalhar com granularidade maior“, afirmou ele durante evento do Tele.Síntese nesta sexta-feira, 8.

Para a Anatel, há uma possibilidade inclusive de revisão da configuração atual. Os lotes regionais precisam seguir questões de coexistência, convivência e sincronização de redes, diz o presidente. Ele afirma ainda concordar que “preocupações devem ser levantadas”, e que é necessário ter “convicção técnica” antes de seguir adiante com o leilão. 

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Dito isso, Euler de Morais afirma que o tamanho dos lotes, a ordem, o teto (cap), a regionalização, as restrições, as prioridades e o prazo da outorga – ou seja, a configuração do leilão em si – foram cerca de 20% do total das contribuições. “Algumas foram diversificadas e antagônicas. Então lidar com trade-off [entre granularidade e capacidade] não é algo direto, há bons argumentos para todos os lados”, analisa. 

Leilão de sobras

Na avaliação do presidente da agência, o leilão de sobras da faixa de 2,5 GHz foi o “menos exitoso” dos últimos atrelados ao 4G. A justificativa é que pequenos acabaram adquirindo espectro, mas não tiveram condições de usar. “Na última reunião do conselho diretor, tivemos na pauta ainda a caducidade de provedores que não usaram a faixa. Não queremos repetir a experiência”, declara.

Ele reconheceu que metas relacionadas ao 5G podem ser um bom compromisso de investimento, conforme sugeriram algumas das contribuições à consulta pública. Comparou com o leilão de 2,5 GHz de 2012, que atribuía priorização de cobertura para cidades sede da Copa das Confederações 2013, e, em seguida, para a Copa do Mundo 2014. “A mesma dinâmica pode ser aventada para o 5G”, afirma. 

Compartilhamento para SLP

Leonardo Euler destaca que, além do espectro, outros componentes da rede também serão importantes, incluindo a fibra para a infraestrutura de transporte e as antenas. Neste último caso, ele citou considerações feitas sobre o uso do 5G no serviço limitado privado e a aplicação de femtocells em artigo para o TELETIME.

O presidente da Anatel confirmou que o edital poderá contar com mudanças, como a destinação de uso compartilhado de espectro para o serviço limitado privado (SLP) com empresas que não sejam de telecomunicações. Mesmo para as operadoras, ele sugere que elas poderiam ser “coproprietárias” com outros setores, visando a implantação de Internet das Coisas em conjunto. 

No cenário de haver mitigação da faixa de 3,5 GHz com a banda C (a possibilidade agora considerada prioritária é de migração para a banda Ku), ele coloca que o uso compartilhado poderia endereçar as demandas desses agentes secundários. Para tanto, sugere a adoção desses 100 MHz da banda de guarda em aplicações indoor, “onde não gerariam interferência nos sistemas de TVRO”. Segundo o presidente, essa opção é realista e está sendo analisada pelo regulador.

Para Euler, as operadoras precisam fazer uma reflexão para não focar os negócios apenas na conectividade. “É necessário ‘desintermediar’ a cadeia e trazer valor para os serviços. Só conectividade não vai trazer receita”, opina. “No mundo IoT, ninguém tem conhecimento fim a fim.”

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