A Furukawa apresentou quatro projetos inscritos no programa Inova Telecom, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com destaque para um trabalho de solução de fibra chamada de FiberMesh, que se baseia no conceito de malha para possibilitar a redundância da rede. De acordo com o presidente da empresa no Brasil e vice-presidente global de telecom, Foad Shaikhzadeh, o desenvolvimento foi feito no centro de P&D da companhia em Curitiba, em conjunto com a sede no Japão. "Ele é um sistema de fibra que interliga qualquer coisa e, se cair, tem redundância. É o mesmo conceito do WiMesh: se uma perna cai, ele faz com que todo o circuito se redesenhe e funcione", declarou ele a jornalistas durante conferência da companhia na Praia do Forte, na Bahia, nesta quinta, 8.
Shaikhzadeh explica que se trata de um projeto de software e interface ligada à rede ótica, e não de fibra ótica por si. "Ele é ligado à interface que faz equipamentos com o dispositivo, como um leitor de energia, água e gás, com rede de fibra", diz.
O exemplo citado não foi por acaso: as aplicações em smart grids são uma das estratégias mais fortes da Furukawa para atender à demanda de sistemas de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). Por conta disso, o FiberMesh já está sendo "trabalhado" com uma empresa de eletricidade paulista. "Não é por causa do recurso financeiro, mas por causa do conceito de tecnologia local, e queremos fazer isso também na Argentina e na Colômbia". A companhia também procura parceiros com universidades locais.
Os outros três projetos envolvem redes de transporte de dados e comunicação ótica, como, por exemplo, o desenvolvimento de rede passiva ótica (GPON). Os resultados deverão ser publicados em julho. A Furukawa não divulgou os valores pedidos para o financiamento, mas, segundo as regras do Inova Telecom, os planos têm valor mínimo de R$ 5 milhões ou R$ 10 milhões, com prazo de execução de até 48 meses. O apoio é limitado a 90% do valor total de cada plano de negócio. A iniciativa é uma parceria entre os ministérios das Comunicações; da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Saúde; e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; além da Anatel, Finep e BNDES.