SES se prepara para migração da banda C, mas aguarda definições do edital do 5G

Foto: Divulgação

Enquanto a versão final do edital do 5G não é publicada com todas as regras definidas, as operadoras de satélite já vêm se preparando para a migração dos serviços em decorrência da limpeza da banda C. Para a SES, contudo, ainda há muita incerteza sobre como o processo será conduzido, tanto pelo lado operacional quanto financeiro.

O vice-presidente de vendas e desenvolvimento de mercado da América Latina e Caribe da SES Vídeo, Jurandir Pitsch, lembra que será necessário haver período de dupla iluminação na banda C e na banda Ku enquanto ocorre a migração. 

De acordo com o executivo, a SES já levantou os clientes de faixa estendida para a faixa padrão com novos planos de frequência, e agora só falta fazer os acordos. A capacidade para a dupla iluminação já está garantida. "Mas não temos plano de subida dupla. Se a gente vai ter que implantar, se a EAF vai contratar carrinho e ficar indo de cliente em cliente, esse plano detalhado ainda vai ter que ser mostrado", afirmou ele ao TELETIME

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Tudo isso, coloca Pitsch, será bancado com os recursos administrados pela Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF), que ainda precisará definir como será efetuado o processo. "Para clientes que vão ser afetados, terá que haver um período de dupla iluminação em banda C e banda Ku. Como se faz isso? Vai montar um caminhão para a outra antena, vai utilizar outro teleporto? Tem toda uma logística e custo complicada."

O ecossistema de  serviços profissionais é grande, e há necessidade de se colocar filtro em todas as antenas de recepção da banda C esportiva. "Isso é uma operação relativamente complicada. Todos os operadores de cabo, todos os headends, todas as antenas, para todos os satélites de banda C, terão que colocar dois filtros de polarização. Isso não é 'plug and play', tem que se encaixar a antena, montar andaime… Não são filtros eletrônicos, são mecânicos, é uma operação de logística complicada." 

Tudo isso, coloca Jurandir Pitsch, será bancado com os recursos administrados pela EAF. "Para clientes que vão ser afetados, terá que haver um período de dupla iluminação em banda C e banda Ku. Como se faz isso? Vai montar um caminhão para a outra antena, vai utilizar outro teleporto? Tem toda uma logística e custo complicada."

Satelites

A SES tem satélites autorizados na Anatel com capacidade em banda Ku: SES-10, na posição 67º Oeste, e o SES-14, na 47,5º. Contudo, a empresa tem capacidade também no SES-4, posicionado em 22º Oeste.

Por contar com capacidade disponível, ele encara como uma oportunidade. "A gente só não consegue dar resposta definitiva sobre qual o plano porque a não sabemos ainda a demanda real dos broadcaster", declara Jurandir Pitsch. A empresa opera ainda o SES-6 (posição 40,5º Oeste) com banda Ku, mas o artefato tem total capacidade contratada pela Oi. 

Atualmente, boa parte dos serviços em banda C utilizam a capacidade satelital da Claro/Embratel StarOne C2 (que deverá ser substituído pelo D2), na posição 70º Oeste, com duas funções simultâneas: distribuição do sinal para afiliadas e para a TV aberta, que é recebida pelas TVROs (parabólicas). O executivo da SES diz que não sabe se a migração das duas funções serão para a banda Ku, ou se apenas o atendimento doméstico seria migrado. "A característica de sinal é diferente, a profissional precisa de uma taxa de sinal com qualidade muito maior porque vai distribuir." Mas nada impede que a migração seja para diferentes satélites, afirma.  

Para o usuário, seria possível apenas reduzir a banda (throughput para taxa de bit e resolução) como as empresas de DTH fazem, reduzindo o custo da distribuição em banda Ku. Essa operação ficará a cabo dos radiodifusores, pois terão que substituir os equipamentos. 

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