A entrada da Oi no mercado de banda larga via fibra óptica (FTTH) em São Paulo e a emissão pela operadora de novos R$ 2,5 bilhões em debêntures foram bem avaliadas em relatório do banco BTG Pactual – que recomendou a aprovação desta operação mesmo que um aumento dos juros remuneratórios seja necessário.
A situação da empresa abriu avaliação sobre o mercado de telecom, tecnologia e mídia (TMT) elaborada pela instituição financeira. No caso do ingresso no mercado de Internet fixa paulista, o BTG viu uma "grande oportunidade" para a Oi contra atuais competidores, apesar do cenário acirrado.
"Segundo dados do final do ano passado, existem 11,5 milhões de assinantes no estado, e apenas 4,2 milhões com FTTH (37% do total). Ao oferecer velocidades altíssimas, a Oi consegue captar tanto o mercado de conexões de baixa velocidade, quanto aquelas de alta velocidade, mas com tecnologias menos modernas".
Neste sentido, o relatório (assinado pelos analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi) citou levantamento do próprio banco sobre a competição no segmento. "Nas grandes cidades onde a Oi concorre diretamente com a Claro (operando uma rede de cabo HFC), a primeira está ganhando rapidamente participação de mercado", observou.
É importante ressaltar que o BTG Pactual, como gestora de grupo de fundos e junto com a Globenet, detém exclusividade até amanhã, 9, para negociar com a Oi a compra do controle da InfraCo, nova subsidiária da operadora que vai concentrar os investimentos em FTTH da operadora. O negócio faz parte da estratégia de restruturação da empresa.
Debêntures
O relatório também vê positivamente a emissão de debêntures anunciada pela Oi em fevereiro, mas citou sinalizações de falta de acordo com credores sobre a taxa de remuneração. Para o BTG, a Oi não deve se furtar de aumentar os valores propostos, caso este seja o entrave.
"Mesmo que a empresa precise aumentar a taxa de consentimento para 100 bps (em comparação com os 50 bps inicialmente oferecidos), estaríamos falando de R$ 25 milhões (considerando a emissão de R$ 2,5 bilhões). Para uma empresa com faturamento anual de cerca de R$ 18 bilhões, esse valor não é muito significativo e não deve ser um problema", defendeu o banco.
"Embora cara, esta nova dívida dá à Oi flexibilidade para continuar a expandir sua infraestrutura de fibra com rapidez, mantendo liquidez adequada em seu balanço. E ela provavelmente será quitada ainda este ano, assim que o dinheiro da venda dos grandes ativos (operações móveis e empresa de infraestrutura) caírem na conta bancária da empresa", prosseguiu.
Projeções
Projeções de receitas para a Oi também foram traçadas. Em 2021, o BTG Pactual estima queda de 0,1% no faturamento da companhia, com recuperação para alta de 1% em 2022 e de 1,1% no ano seguinte.
No caso da TIM, o banco aposta em saltos anuais de 4,2%, 2,4% e 2,3%. E para a Vivo, de 1,8%, 2,3% e 2,7% neste e nos próximos dois anos.
Já a mexicana América Móvil (controladora da Claro) teve queda de 2,3% projetada para 2020. Em 2021 e 2022, a avaliação do BTG é de altas de 2,1% e 2%.
Com certeza não vão investir o dinheiro em infraestrutura ,o dinheiro vai derreter ,já vi esse filme ,a oi móvel pega dinheiro no mercado financeiro e ninguém via o 4G crescer nas cidades