Uma queda acentuada na produção da área eletrônica afetou o desempenho do setor eletroeletrônico durante os dois primeiros meses do ano, afirmou a Abinee. Agregando dados do IBGE, a entidade apontou para redução de 6,5% na produção eletrônica durante janeiro e fevereiro. No mesmo período, a produção da área elétrica subiu 0,3%. Dessa forma, a queda registrada pelo setor ficou em 3,2%.
A Abinee destacou recuos na produção de componentes eletrônicos (-9,6%) e equipamentos de áudio e vídeo (-9,4%) como alguns dos responsáveis pelo resultado. "Não temos mais tempo a perder, precisamos o quanto antes da aprovação das reformas fundamentais, há tanto preconizadas, para impulsionar a atividade industrial e a geração de empregos", argumentou o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Segundo ele, a indústria está "andando de lado". Se considerado apenas fevereiro, a produção do setor eletroeletrônico superou em 0,3% o resultado de um ano atrás. Já na comparação com janeiro de 2019, a alta foi de 8,3%.
O começo do ano, contudo, foi marcado por "esfriamento nos ânimos dos empresários", conforme demonstrado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do setor eletroeletrônico. Medido pela Abinee a partir de dados da CNI, o indicador atingiu 65,1 pontos em janeiro, caiu para 63,6 em fevereiro e fechou março em 61,8. Apesar das duas quedas consecutivas, o ICEI segue indicando otimismo (expresso quando o índice ultrapassa os 50 pontos). Ainda em março, a confiança da área eletrônica (61,2) foi superada pela da elétrica (62,3).