Teles e fabricantes retomam pressão por mais espectro em 2,5 GHz

Enquanto a Anatel não toma uma decisão sobre o que fazer com a faixa de 2,5 GHz, hoje nas mãos de empresas de MMDS, operadoras móveis e fabricantes continuam pressionando para que uma fatia desse espectro seja destinada para telefonia celular. Esse foi o principal tema abordado por representantes da TIM, da Qualcomm e do UMTS Forum em um almoço realizado nesta quarta-feira, 8, para marcar o lançamento da nona edição do seminário Rio Wireless, que acontecerá na semana que vem no Rio de Janeiro.
A proposta defendida por boa parte do setor de telefonia celular é para que 140 MHz do total de 190 MHz hoje destinados ao MMDS passem a ser utilizados para telefonia móvel, divididos em dois blocos de 70 MHz (um para subida, outro para descida). Apenas 50 MHz ficariam reservados para operadoras de MMDS, o que seria suficiente para prestarem o serviço de TV por assinatura após a digitalização de suas redes. A expectativa é de que o espectro sirva para o lançamento de redes de quarta-geração (4G), principalmente na tecnologia LTE (Long Term Evolution).
Em sua argumentação, os executivos procuraram focar no ponto de vista do usuário final para justificar a necessidade por mais espectro. "Não se trata de uma discussão de interesses divergentes entre o setor de telecom e o setor TV por assinatura. O que devemos discutir é o que beneficia mais o usuário", defendeu o vice-chairman para América Latina do UMTS Forum, Mario Baumgarten. O consultor Newton Scaterzini, também presente no almoço, emendou: "Hoje, o setor de telefonia celular tem a seu dispor 380 MHz e atende a 153 milhões de assinantes. O MMDS tem 190 MHz para atender a 385 mil pessoas".

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Único representante das operadoras no evento, Maurício Cascão, gerente de inovação e tecnologia da TIM, repetiu o alerta que já fizera outras vezes: "O espectro que temos hoje é suficiente para os próximos dois ou três anos apenas. Se o serviço de banda larga móvel continuar crescendo como esperamos, as operadoras não conseguirão suprir a demanda em cidades como São Paulo com a qualidade desejada pelos consumidores".
UIT
Outro argumento usado pelo setor de celular é de que a destinação da faixa de 2,5 GHz para telefonia móvel alinharia o Brasil à maior parte do mundo, já que essa foi a escolha da UIT. "Se o Brasil for uma exceção, o custo será maior", explicou o diretor corporativo sênior e country manager da Qualcomm no Brasil, Paulo Breviglieri.
Questionado sobre o fato de a norte-americana Verizon estar lançando LTE em 700 MHz e a japonesa DoCoMo estar realizando testes com essa tecnologia em 2,1 GHz, Baumgarten respondeu: "Os EUA mais uma vez estão seguindo um caminho sozinhos. E o Japão, pelo que sei, acabará adotando 2,5 GHz".
Sobre a possibilidade de reutilizar frequências antigas, como 850 MHz, o vice-chairman do UMTS Forum explicou que essas licenças foram vendidas em blocos pequenos, o que impediria de se tirar todo o proveito de uma tecnologia como o LTE, que demanda blocos de 20 MHz para subida e descida de forma a alcançar o máximo de seu desempenho. "Com 10 + 10 MHz não dá para atingir velocidade de 100 Mbps", explicou.

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