O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) comemora 15 anos de existência com uma marca histórica de 4,5 milhões de domínios ".br" registrados. O NIC.br é o responsável por administrar os nomes de domínios terminados em ".br" e pela alocação dos números "autonomous system numbers" (ASN) e endereços de protocolos de Internet (IPv4 e IPv6), no território nacional brasileiro. A entidade afirma que a administração adequada do ".br" é fundamental para aprimorar a qualidade da infraestrutura e do uso Internet no país.
A formalização pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br) da transição da gestão do ".br" para o NIC aconteceu em dezembro de 2005. "Somos um dos maiores registros do mundo e seguimos numa operação muito sólida", comemora Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br.
O CGI.Br destaca que o NIC.br é uma instituição privada e sem fins lucrativos, reconhecida pelo modelo de operação no qual os recursos advindos do registro de domínios são empregados não apenas no aperfeiçoamento da infraestrutura do DNS, visando sempre manter liderança tecnológica e em segurança, mas também em diversas atividades para a rede no País. "Esse modelo é muito elogiado no exterior, dado que nossas ações na Internet têm crescido, e busca-se imitá-lo. Outros registros no mundo procuram seguir a mesma linha precursora", destaca Getschko.
Hartmut Richard Glaser, secretário executivo do CGI.br, também esteve envolvido com a fase inicial da Internet no Brasil, em especial quando os registros de domínios .br eram feitos na Fapesp e passaram por automatização. Ele reforça a atuação do NIC.br: "O Brasil tem uma governança da Internet reconhecida internacionalmente. Com os recursos arrecadados, além de realizar o registro de domínios .br e a alocação dos endereços IP, desenvolve muitas outras atividades, apoiando projetos de melhoria da qualidade da Internet no Brasil".
Conquistas
Getschko fala da evolução da entidade e elenca alguns destaques nessa trajetória de 15 anos "Nosso conjunto de Pontos de Troca de Tráfego (PTTs), por exemplo, figura entre os principais do mundo. O de São Paulo é o maior Internet Exchange do planeta. Neste ano, batemos dez terabits por segundo. O Cetic.br produz estatísticas comparáveis internacionalmente e é reconhecido mundo afora como um centro de excelência na produção de indicadores TIC relacionados ao contexto brasileiro; o CERT.br também tem reconhecimento global pelo trabalho de aumentar a capacidade de tratamento de incidentes no Brasil; o Ceweb.br desempenha um papel fundamental para disseminar e promover o uso de tecnologias abertas na Web; e por meio do Ceptro.br promovemos a adoção do IPv6 tão importante para o futuro da Internet, e disponibilizamos gratuitamente o SIMET, medidor de banda larga gratuito, entre outras dezenas de ações", diz o pesquisador.
Antes era a Fapesp
A trajetória do NIC.br começou em abril de 1989, quando o domínio ".br" foi delegado por Jon Postel (IANA) aos que operavam, na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), redes acadêmicas brasileiras. O .br era usado para identificar o crescente número de máquinas, à época basicamente do ambiente acadêmico. A Internet começaria a operar no Brasil em 7 de fevereiro de 1991.
Em 1995, foi criado o CGI.br, um comitê multissetorial responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil. Com o tempo, ficou clara a necessidade de se ter um braço institucional separado do que havia na Fapesp, para implementar com autonomia as ações e projetos do Comitê Gestor. Cinco anos depois, iniciou-se o processo de desvinculação do .br da Fundação e, em 2003 o NIC.br ganhava um CNPJ. A última virada de chave aconteceu em dezembro de 2005, quando o NIC.br assumiu formalmente também a recepção dos recursos oriundos do registro sob o .br e da distribuição de números IP. Com isso, a entidade passou a ter funcionários próprios, fortalecer seus centros, e pode desenvolver e implementar a estrutura que tem hoje.