Para Motorola, TV paga e Internet caminham para a convergência

O mundo das redes de TV por assinatura e o da Internet estão convergindo, com o primeiro adotando técnicas como a computação em nuvem e interfaces em HTML5. Ou seja, a TV ficará, do ponto de vista de suas plataformas, mais parecida com a web. Pelo menos esta é a ideia central apresentada no evento Moto4you, que a Motorola Mobility realiza esta semana em Fort Lauderdale para alguns de seus clientes e parceiros da América Latina.

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Baseada no conceito de que o espectador busca mais interatividade com o conteúdo, integração da TV com as mídias sociais (social TV) e consumo de vídeo em múltiplos devices, a fabricante demonstrou sua ideia de linha evolutiva dos atuais sistemas de distribuição de vídeo até chegar em plataformas puramente IP.

Segundo o VP de estratégia global da companhia, Bob Scheffer, há três forças agindo para esta evolução: o consumidor (que quer otimizar seu tempo e ter uma melhor experiência de assistir TV), a tecnologia (com interfaces em HTML, novos devices móveis com telas maiores e melhores, crescimento das redes) e o mercado (com a proliferação dos conteúdos, dos provedores over-the-top etc).

Ele afirma que há um papel importante nesse cenário para os operadores, que contam com redes gerenciadas e portanto com confiabilidade. "Os consumidores querem mais, mas há o desafio da integração dos devices e dos serviços", concluiu.

A proposta apresentada por Scheffer é de uma migração gradual, aproveitando a estrutura existente e devices do usuário, como os tablets. A solução Televation, por exemplo, é um set-top com capacidade Wi-Fi que adapta o conteúdo recebido pelo cabo e o transmite para dispositivos móveis dentro da casa, com proteção anti-cópia (DRM).

Cloud

A computação em nuvem também pode agregar diversos serviços em cima da rede atual. Com o DVR (gravador digital) em nuvem pode-se, por exemplo, oferecer capacidade ilimitada de gravação, e até mesmo trocar a publicidade do break por uma mais atual do que a exibida na época da gravação.

A empresa demonstrou também sua plataforma de interface de usuário (GUI) em nuvem, baseada em HTML5. A Dream Gallery permite a criação de portais de conteúdo através de uma interface WYSWIG, publicados instantaneamente nos set-top boxes da operadora, ou de qualquer outra marca, desde que equipados com browser com capacidade HTML5. Ela também adapta automaticamente a interface para outros dispositivos como celular e tablet, respeitando a navegabilidade de cada um. 

Por ser inteiramente online, a plataforma também permite a integração com as redes sociais e com serviços de recomendação de conteúdos, enquetes, blogs etc.

Massa crítica

Em relação ao mercado brasileiro, um executivo de operadora ouvido por esse noticiário disse que embora estas tecnologias sejam interessantes, ainda são limitadas no País pelo numero de assinantes e de devices instalados, muito pequenos em relação ao mercado americano. "Temos no máximo 600 mil tablets no Brasil, a maioria em São Paulo. Ainda não temos escala para implantar este tipo de serviço, mas esta parece ser a tendência", afirmou.

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