A operadora de satélites SES divulgou na manhã desta quinta-feira, 7, os resultados referentes ao terceiro trimestre e aos primeiros nove meses de 2024. No ano até setembro, a empresa apurou receita de 1,4 bilhões de euros, o que representa uma queda de 1,3%.
Dessa forma, o grupo espera chegar a dezembro com uma receita entre 1,94 e 2 bilhões de euros – abaixo, portanto, dos 2,02 bilhões faturados no ano passado. Já no terceiro trimestre, a companhia fechou com receita de 497 milhões de euros (-2%).
Mais uma vez, a vertical de redes foi o principal destaque para a SES em 2024, responsável por 53% da receita total, com 787 milhões de euros (+2,9%). No trimestre, a receita de redes teve uma ligeira queda (-1%), ficando em 264 milhões de euros. "Nosso negócio de redes continua a crescer, com um crescimento de dois dígitos em governo, aviação e cruzeiros", afirmou o CEO da SES, Adel Al-Saleh.
"A performance financeira de 2024 continua a seguir conforme nossas expectativas, refletindo uma execução sólida e a força das soluções diferenciadas da SES para nossos segmentos-alvo. Esperamos entregar a receita e o Ebitda ajustado de 2024 dentro da parte superior de nossa projeção, à medida que trabalhamos para melhorar a trajetória de crescimento do negócio", completou o executivo.
O avanço em redes no ano foi puxado pela parte governamental (+7,4%), com receita de 391 milhões de euros nesta unidade de negócios, e por mobilidade (+5%), com 217 milhões. No entanto, o lado negativo do balanço ficou por conta dos dados fixos, que apurou receita de 179 milhões (-7,4%) no período.
Responsável por 47% do faturamento do grupo, a parte de mídia registrou receita de 686 milhões de euros entre janeiro e setembro, patamar que representa uma queda expressiva (-5,5%). No trimestre, esse recuo foi um pouco menor (-3,1%), para 233 milhões.
A operadora de satélites atribui o desempenho negativo em mídia à queda em mercados maduros, algo que foi parcialmente compensado com o crescimento de dois dígitos na receita de esportes e eventos. A SES ressalta que o negócio com mídia já assegurou 355 milhões de euros em renovações e novos contratos em 2024.
Ebitda e lucro líquido
O lucro antes de juros, impostos e amortização (Ebitda) ajustado da companhia, que exclui itens especiais de natureza não recorrente, alcançou 775 milhões de euros (-2,1%) no resultado parcial do ano. A margem do Ebitda ajustado da companhia foi de 50%.
Da mesma forma, o lucro líquido ajustado foi de 116 milhões de euros, o que representa uma perda acentuada no ano (35,5%). Para a empresa, o indicador refletiu seu Ebitda Ajustado menor, na comparação com a mesma janela do ano em 2023, e avanços na depreciação e amortização.
"Isso foi compensado por menores custos financeiros líquidos de 6 milhões de euros (contra 49 milhões no ano passado), incluindo o benefício de rendimento de juros sobre o caixa e equivalentes de caixa do grupo, no valor de 92 milhões (foram 13 milhões em 2023)", diz a SES.
Ainda, inclui uma perda líquida de câmbio de 8 milhões de euros (no ano passado houve um ganho cambial de 17 milhões) e menores juros capitalizados de 11 milhões (ante 24 milhões no ano anterior).
Intelsat
No balanço, a SES também informou que o processo regulatório para a aquisição da Intelsat começa a ganhar ritmo, com diversas autorizações já concedidas, enquanto o planejamento da integração avançou ainda mais, visando a execução desde o primeiro dia após o fechamento. A companhia mantém a previsão de fechamento do negócio até a segunda metade de 2025.
Além disso, a empresa ressalta que a concessão concedida à ela e aos parceiros para projetar e operar as redes de comunicações multi-órbita soberanas IRIS2 na Europa " cria valor para a União Europeia e possibilita a expansão de nossa infraestrutura diferenciada em MEO, onde a demanda dos clientes continua a crescer, mantendo-nos comprometidos com todos os nossos objetivos de política financeira".