Na Oi, espera pela migração da concessão consome R$ 160 milhões e atrasa venda de imóveis

Foto: Partage Norte Shopping Natal

O atraso nas aprovações necessárias para migrar da concessão para a autorização no âmbito do processo de pactuação consensual junto à Anatel e ao TCU já consumiu R$ 160 milhões em "valores não previstos" em multas do caixa da Oi em 2024.

Em conferência com analistas para comentar os resultados do terceiro trimestre da companhia, o diretor de estratégia e transformação da operadora, Rogerio Takayanagi, ressaltou o fato da empresa ter alcançado uma redução de 25% nas despesas de manutenção de rede em comparação com o ano anterior, chegando a R$ 115 milhões de reais no terceiro trimestre.

Nos primeiros nove meses do ano até setembro, esses gastos tiveram uma redução de 37,8%, para R$ 257 milhões. "Ainda está aquém do potencial em função do atraso na migração para autorização prevista no nosso plano de recuperação judicial. Seguimos com o intenso esforço de renegociação dos contratos de aquisição de conteúdo, especialmente aqueles relacionados a tecnologias legadas com o IDTH", afirmou o executivo.

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Além disso, a companhia estima que os atrasos na captura de benefícios em termos de custos, em função da postergação da migração, alcancem a casa dos R$ 350 milhões no ano. Essa estimativa é baseada na migração do cobre para outras tecnologias. 

Vale ressaltar que a Oi encerrou o terceiro trimestre com R$ 1,310 bilhão em caixa, após uma queima de R$ 606 milhões ao longo do período (redução de 32% no caixa).

Outra iniciativa que estava no radar para reforçar os cofres em 2024, mas que também esbarrou na migração, é a venda de imóveis da empresa. "Como alguns deles ainda estavam reversíveis antes da migração, a gente também tem o impeditivo de maximizar a entrega desses imóveis e a venda e capitalização dos valores", disse ele.

Nova captação

Na primeira venda da ClientCo, a unidade de clientes de fibra da Oi, a tele esperava R$ 7,3 bilhões pelo ativo. No entanto, acabou recebendo uma única proposta pela divisão, a da V.tal, por R$ 5,68 bilhões. Essa diferença pode levar a companhia a levantar R$ 1,5 bilhão em dívidas no mercado – um movimento previsto no plano de recuperação judicial.

"Obviamente, estamos estudando a necessidade ao longo do próximo ano e desse ano, com base no fluxo de caixa da companhia, já que a gente tinha, sim, a previsão no lado econômico de ter essa tenda com caixa e a retenção de R$ 1,5 bi, para fazer frente a objetivos no período de migração", disse Takayanagi.

 

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