3,5 GHz é liberado para 5G em todas as capitais e EAF inicia segunda fase

Com a liberação na última quinta-feira, 6, do espectro de 3,5 GHz em cinco capitais restantes, a limpeza da faixa carro-chefe para os serviços 5G teve a primeira fase concluída. Agora, o foco do processo serão 26 cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes, aponta a EAF.

Em entrevista ao TELETIME, o CEO da entidade responsável pela execução dos compromissos em 3,5 GHz, Leandro Guerra, fez um balanço positivo da etapa inicial das atividades – que teve Brasília como primeira cidade com o espectro liberado, ainda em julho.

"A fase das capitais nos ajudou a conhecer os desafios e pelo prazo curto que havia, não foi nada trivial. Conseguimos realizar com alguma antecedência ao prazo atual de 28 de outubro e, se não fosse a questão dos filtros [para estações FSS, que atrasaram], teríamos conseguido cumprir o cronograma original", afirmou Guerra, em menção ao mês de agosto.

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Nas cidades com mais 500 mil habitantes, o prazo para liberação do 3,5 GHz vai até 1º de janeiro de 2023. "Fizemos novos pedidos [de filtros] e entendemos que o cronograma está controlado. Não vemos riscos de não cumprir a data, ainda que não dê para prever o cenário mundial, que é muito instável", afirmou Guerra.

Na primeira fase, o gargalo foram os filtros para mitigação de interferência em estações fixas de satélite (FSS) da radiodifusão na banda C. Lockdowns na China, a escassez de componentes e custos de frete afetaram entregas do equipamento, que também foi demandado em praticamente 2 mil estações, frente às 1,4 mil inicialmente previstas. Já outras 216 estações foram desocupadas.

Poucas parabólicas

Por outro lado, um estoque relevante de kits com parabólicas de banda Ku sobrou da primeira etapa. Apenas 3 mil kits foram efetivamente instalados nas capitais, dos 250 mil inicialmente estimados. Inscritos em programas do governo federal que ainda recebem sinal de TV aberta via parabólica na banda C têm direito à instalação gratuita.

A procura menor que a esperada foi justificada pela maior penetração de TV digital terrestre e da banda larga nas capitais. "Muitas pessoas não precisaram. Esperamos que no interior seja diferente", afirmou Guerra. O planejamento original da EAF conta com 600 mil a 700 mil kits para as cidades da segunda fase, em número que está sendo revisto com base em dados atualizados do PNAD 2022, divulgado em setembro. O trabalho de comunicação junto à população, contudo, já começou.

Com o tempo, a perspectiva é da demanda por kits crescendo na medida que a limpeza do 3,5 GHz alcançar cidades menores. A terceira fase do processo vai mirar praças com mais de 200 mil habitantes e um quarto daquelas com menos de 30 mil, ou quase 1,2 mil municípios que devem ter espectro liberado até junho de 2023.

Em paralelo, "nada impede" que a EAF continue atendendo solicitações de pessoas elegíveis à instalação gratuita nas capitais, afirma Guerra. Formalmente, a entidade deve seguir nas cidades por 90 dias após a ativação do 5G em 3,5 GHz.

Clusters

O Gaispi (grupo presidido pela Anatel que coordena a liberação do 3,5 GHz) também trabalha com a possibilidade de antecipar a liberação do espectro para o 5G em "clusters" próximos às cidades do cronograma atual, com a EAF realizando estudos sobre alternativas.

Segundo Guerra, sinergias econômicas como capacidade de insumos, logística, engenharia e custos de comunicação estão sendo levadas em conta. Nos cenários, a região metropolitana de uma capital, parte dela ou zonas de influência das cidades com mais de 500 mil habitantes poderiam ter a limpeza realizada, abrindo caminho para o 5G. Segundo a EAF, não há previsão concreta de quando o tema será avaliado no Gaispi.

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