Inmarsat implanta conectividade em banda L para Cemig

Em parceria com a distribuidora OnixSat, a operadora satelital Inmarsat desenvolveu um sistema para fornecer conectividade e gestão de religadores de energia para a distribuidora mineira Cemig. A empresa tinha grande demanda para a melhoria da disponibilidade do fornecimento de eletricidade (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora – DEC) em áreas remotas do estado. Com a utilização da capacidade em banda L da Inmarsat, conseguiu aumentar esse tempo de disponibilidade efetiva do controle remoto dos religadores de 90% para 98%. 

No projeto inicial, foram 150 religadores conectados, mas a Cemig planeja instalar mais 760 terminais via satélite para serem usadas nas redes de distribuição e subestações. O presidente da Inmarsat Enterprise, Paul Gudonis, explica que a ideia é expandir a parceria. "Nossa intenção é colaborar mais e entregar mais da solução pela rede", declarou ele a este noticiário. "Minas Gerais tem uma área com cenário de conectividade de celular pouco confiável, e se não tiver [essa rede], não pode ter operação. Queremos expandir a conectividade nessas áreas rurais."

Segundo Gudonis, o projeto trouxe um "impacto significativo" para a operadora mineira com o aumento da disponibilidade da energia por meio da conectividade (com os terminais BGAN) dos equipamentos. "Além disso, podemos prover um controle da energia mais previsível. Se tiver emergências, podemos redistribuir a energia e retorná-la para as áreas remotas", afirma. 

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A Onixsat é a parceira de distribuição da operadora, mas também quem liderou o desenvolvimento da plataforma utilizada para integrar a conectividade satelital com a rede da distribuidora mineira de energia. Isso é o que permite aumentar a disponibilidade dos terminais, que por sua vez podem atuar para religar a eletricidade onde for necessário. Mas a distribuidora também permite maior proximidade com o cliente. "A Inmarsat não é uma companhia tão grande, só temos 2 mil funcionários", afirma Gudonis. "Para entender os problemas do cliente, precisamos ter um parceiro local que entende a complexidade do mercado", diz. 

Estratégia

A área de Enterprise da Inmarsat atende ao lado terrestre dos negócios – a operadora fornece também serviços como a comunicação de segurança para o mercado marítimo. Nos últimos três anos, entretanto, a estratégia da unidade de negócios tem sido a de vender mais do que a simples conectividade. Ao assinar em maio um memorando de entendimento (MoU) com o governo de Minas Gerais para Internet das Coisas (IoT), a empresa começou em uma espécie de hub no estado, trabalhando com diferentes empresas estatais incluindo em monitoramento de barragens e mineração. Além da Cemig, a operadora tem contrato com outras utilities no Brasil, além de grandes estatais como a Petrobras.

A estratégia é a de fornecer a solução IoT para outros setores. Embora no Brasil ainda exista o problema de tributação tanto para VSATs quanto para dispositivos M2M, para Paul Gudonis, há uma "falta de compreensão" sobre o preço da conectividade satelital, especialmente quando se considera o valor e os resultados trazidos para o cliente. "Podemos construir soluções baseadas nos requerimentos dos clientes, e se eles precisam ter retorno rápido, podemos ser bem flexíveis com os preços", afirma. "Com o passar dos próximos anos, melhorando as economias para operar a comunicação de satélite, muito dessas soluções terão melhor custo benefício", prevê. 

Espectro

A conectividade oferecida à Cemig é por meio de banda L (embora a Inmarsat também tenha soluções em banda Ka), com a mesma rede que a operadora utiliza para o serviço de comunicação de segurança marítima. É também a solução que ela implanta para redes IoT, uma vez que traz disponibilidade alta e permitindo o monitoramento e controle. 

O executivo não considera que a conectividade satelital compete com soluções terrestres de longo alcance (LPWA) para IoT. "As soluções como LoRA são uma parte chave do que usamos para permitir nossas próprias soluções. Em máquina-à-máquina, como no caso da Cemig, ou em aplicações de agricultura e mineração, são necessários múltiplos sensores, e é necessário agregar os dados deles em um único ponto. O LPWA é usado para isso, enquanto nós fornecemos o backhaul [para esse ponto]."

Sobre a sugestão da indústria móvel de alocar as frequências da banda L para a rede celular (IMT), Gudonis apenas explicou que a Inmarsat está envolvida "globalmente" em grupos de trabalho para discutir a aplicação de redes satelitais para o 5G. "Estamos em várias conversas com a indústria e reguladores e vamos ver como podemos ajudar", declarou. 

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