Anatel pode licitar novas posições ainda em 2012

A Anatel estima que no próximo ano já será possível realizar uma nova licitação para posições orbitais brasileiras. Para a agência, o sucesso das últimas licitações, sobretudo na licitação realizada este ano, mostra que o mercado está aquecido e que precisa de mais capacidade satelital. Segundo João Carlos Albernaz, gerente geral de satélites da Anatel, que falou nesta sexta, 7, no Congresso Latino-americano de Satélites, organizado pela Converge Comunicações e pela TELETIME, a disposição da agência é começar a trabalhar no próximo edital tão logo a mais recente licitação, de setembro, esteja concluída. "Acredito que as próximas licitações virão mais rapidamente porque o modelo está bem consolidado", disse. Em relação aos preços que seriam cobrados, ele acredita que mesmo com elevados ágios pagos na última licitação, que arrecadou 1.500% além dos preços mínimos, a área técnica da Anatel proporá manter as regras e valores atuais. "Mas isso é algo que ainda depende do TCU e do Conselho Diretor da agência", disse.

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Ele fez também um balanço do processo de aberturado mercado de satélites no Brasil, e lembrou que se em 1998 havia quatro satélites brasileiros e quatro estrangeiros operando no Brasil, hoje são oito nacionais e 32 estrangeiros, ressaltando que nacionais são aqueles com posição orbital brasileira e operados a partir do território nacional.

Essa expansão trouxe ainda um salto de mais de quatro vezes na capacidade instalada, contando apenas os satélites nacionais. Em 1998, a capacidade era de 5.022 MHz e em 2011, com a licitação realizada, foi a 22.506 MHz,  fora mais 2.500 MHz em banda Ka. Hoje a capacidade brasileira é de 42,9% da disponível para operação no Brasil.

Albernaz destacou que o processo de licitação de posições orbitais brasileiras é fundamental para que o Brasil mantenha junto à UIT o controle sobre estas posições, e um primeiro passo para que o País tenha capacidade tecnológica. "Se quisermos ter uma capacidade tecnológica, precisamos dar um passo de cada vez, começando com satélites menores", disse, ao comentar as expectativas sobre o programa de satélites brasileiros.

Interferências

Ele lembrou ainda que recentemente apareceu o problema da interferência com as recepções de banda C e suas estações terrenas com as transmissões de WiMAX na faixa de 3,5 GHz. "O problema existe e precisamos buscar as soluções. Há um esforço das empresas nesse sentido e isso é muito importante", disse, referindo-se ao estudo da Abrasat sobre o tema.

Ele lembrou que a banda Ku também sofre com rádios de ligação entre ERBs que operam na faixa de 11 GHz. "Já na banda Ka, ainda não apareceram problemas identificados, mas isso deve acontecer, porque boa parte do espectro de descida é compartilhado com serviços em terra", alertou Albernaz. Ele disse que a Anatel e o mercado têm que se esforçar para encontrar soluções para esses problemas de interferência, pois se de um lado existe uma crescente demanda por espectro móvel, por outro também é crescente a necessidade de capacidade de satélites.

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