Dois anos após a Motorola Solutions inaugurar o seu centro de desenvolvimento de software em São Paulo, o site local começa a ganhar relevância na estratégia global de busca por novas soluções, afirmou o presidente da unidade brasileira, Gustavo Ancheschi, em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, 7.
"A área de desenvolvimento de software que mais cresce no mundo é no Brasil. O que é desenvolvido aqui vai para o mundo inteiro, com times locais liderando equipes nos Estados Unidos, Índia e Austrália. A área de desenvolvimento não é apenas para o Brasil, mas global", declarou o executivo.
O aniversário do design center paulista acontece em setembro. Nesse meio tempo, o time saiu de 20 para 120 profissionais, e a perspectiva é encerrar 2024 com cerca de 200 colaboradores. Na capital paulista, as equipes estão focadas em serviços de comando e controle de missão crítica. Neste momento, também está sendo estruturado um time de desenvolvimento de soluções em vídeo.
Como as soluções são "modulares", é comum que uma tecnologia comece a ser desenvolvida no Brasil e seja finalizada em outro país, com a expertise de outras companhias do conglomerado, acrescenta o executivo. A empresa não releva detalhes da filial brasileira, mas hoje o negócio é composto entre 60% de órgãos públicos e 40% empresas.
No setor público, estão entre os clientes a Polícia Militar do Estado de São Paulo, a Prefeitura de João Pessoa (PB) e os sistemas penitenciários de Manaus (AM) e do Paraná (PR). Por outro lado, algumas das empresas na carteira são Petrobras, Adecoagro e a CPTM de São Paulo.
No segundo trimestre de 2024, a Motorola Solutions reportou vendas de US$ 2,6 bilhões a nível global, avanço de 9% na comparação com um ano antes. E, desde 2018, investiu cerca de US$ 12 bilhões (em torno de R$ 60 bilhões) tanto em pesquisa e desenvolvimento, como na aquisição de novas empresas. Dessa forma, foram 30 M&As no período, a exemplo da Silent Sentinel.
No grupo, a ideia é seguir com o movimento de aquisições, que complementa aos esforços de crescimento orgânico. Neste sentido, também estão no radar empresas brasileiras, afirma Ancheschi.
"A gente está sempre atento ao mercado. Inclusive, às empresas brasileiras que são pioneiras. Há empresas brasileiras que nós estamos avaliando, mas é muito importante para a gente é que a solução se encaixe no nosso portfólio, no nosso ecossistema e que tenha aplicação global", diz o executivo.