A operadora Desktop minimizou as chances de uma possível operação de segregação e venda de sua rede no momento. Durante a apresentação de resultados trimestrais da companhia nesta quarta-feira, 7, o CEO da Desktop, Denio Alves Lindo, afirmou que esse não seria o "melhor caminho" para a tele.
O posicionamento se deu após o executivo ser questionado por analistas sobre o interesse da Vivo em adquirir a regional. Em maio, ambas as companhias confirmaram a existência de um diálogo sobre uma eventual operação de M&A envolvendo as duas empresas.
"A Desktop sempre esteve aberta para avaliar qualquer tipo de oportunidade que possa agregar valor aos acionistas. Tendo isso em mente, mantivemos conversas com mais de um player no último escopo do processo de avaliação de uma eventual segregação de rede. Contudo, atualmente, não enxergamos isso como o melhor caminho para a companhia", disse o CEO.
A justificativa do executivo é de que a Desktop possui um projeto de crescimento de longo prazo, o qual está sendo seguido rigorosamente pela empresa a cada trimestre. "Entendemos que, atualmente, a melhor opção para a Desktop e os acionistas é continuar oferecendo crescimento robusto e consistente, como temos feito", explicou o CEO.
Segundo trimestre
Após o fechamento do mercado na última terça, 6, a Desktop divulgou resultados operacionais da marca. No segundo trimestre de 2024, a paulista registrou uma receita líquida de R$ 280 milhões. O montante representa um crescimento de 14% em relação ao mesmo período do ano passado.
O lucro antes de juros, impostos e amortização (Ebitda) atingiu R$ 144 milhões, salto de 17% em relação ao 2T23 – com margem de 51%. O lucro líquido ajustado no segundo trimestre de 2024 fechou em R$ 54 milhões, avanço de 63% em relação ao mesmo período do ano passado.
O CEO da Desktop atribuiu esses resultados positivos ao crescimento no número de assinantes, bem como na elevação gradual do ticket médio por usuário da companhia.
O número de casas passadas (HPs) da Desktop encerrou o segundo trimestre em 4,368 milhões. Apesar do crescimento de 3%, o número de casa conectadas (HCs) avançou 10% em relação ao mesmo período do ano passado – fechando o segundo trimestre em 1,078 milhão.
Durante a apresentação dos resultados, Denio Alves Lindo afirmou que a Desktop segue com a estratégia de rentabilizar a infraestrutura já construída. A rede de acesso da tele, incluindo backbone, é de 57 mil km.
"Estamos conseguindo entregar um forte crescimento no nível de novas adições líquidas. No segundo trimestre de 2024, adicionamos 32 mil novos clientes líquidos na nossa base de maneira orgânica", disse o CEO. O resultado apontado por ele é 51% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Já no consolidado do primeiro semestre, a companhia teve 61 mil adições de acessos líquidos – o maior resultado dentro das cidades em que atua e o 7º melhor desempenho a nível nacional.
"2024 tem sido um ano de aceleração do crescimento orgânico para a Desktop. Em 2022, tomamos a iniciativa de reavaliar e ajustar nosso modelo de captura de clientes, ratificando nosso compromisso com a busca contínua pela eficiência financeira e operacional, com o objetivo de impulsionar o retorno sobre o capital investido. Agora, em 2024, estamos colhendo os frutos das decisões acertadas tomadas naquela época", disse o CEO da Desktop.