Provisões de 339 milhões de euros impactam lucro da Telecom Italia

 

A Telecom Italia por pouco não fechou o primeiro semestre de 2015 no vermelho. A holding resolveu fazer uma provisão de 339 milhões de euros para cobrir possíveis multas e custos regulatórios atribuídos a disputas antitruste, em que a incumbente é acusada de abuso de posição dominante no mercado de redes. Em conferência com analistas, o CEO da Telecom Italia, Marco Patuano, declarou que o dinheiro será usado para "fazer as pazes" com órgãos reguladores e entrar em acordo com as operadoras para colocar um fim às disputas e, assim, seguir com um ambiente limpo para continuar investindo em redes. "Já acertamos disputas com algumas operadoras no primeiro semestre. Esse valor de 339 milhões de euros provisionados é a nossa previsão do máximo que devemos gastar para colocar fim a todas as demais disputas", explica Patuano. O executivo revelou que o valor pedido por todas as operadoras somadas chega a 4 bilhões de euros, mas, com base nas resoluções anteriores de conflitos, as disputas acabam sendo encerradas em alguns poucos milhões de euros. "Por que pedem trilhões para conseguir alguns milhões? Quando sentamos à mesa para negociar, é apenas jogo. Por que não brigamos menos e investimos mais? Tem muita fibra pra fazer e eu quero fazer mais fibra", declarou. De acordo com o CFO da Telecom Italia, Piergiorgio Peluso, a empresa está trabalhando junto aos órgãos reguladores para conseguir estabelecer melhores sistemas, processos e KPIs claros para encontrar uma solução viável para a interconexão de redes e ampliar a competição garantindo qualidade de serviço para os clientes. "E aqui quero esclarecer: não estamos avaliando uma separação de rede", diz o CFO de forma taxativa. Vale lembrar que já se ventila há algum tempo a separação da rede da Telecom Italia em uma empresa distinta para garantir a competição. "Queremos sentar com o regulador para acertar KPIs de rede e garantir tratamento de qualidade e igualitário, e isso não requere a separação da rede".

Parte do dinheiro do provisionamento virá do IPO da divisão de torres Inwit, cuja venda de 40% de participação da Telecom Italia angariou um total de 808 milhões de euros e injetaram 253 milhões de euros líquidos no caixa da holding italiana.

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Os números

O lucro líquido atribuído aos acionistas caiu de 543 milhões de euros no primeiro semestre de 2014 para 29 milhões de euros no acumulado de janeiro a junho deste ano. As receitas 4,3%, para 10,1 bilhões de euros, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) recuou 16,4%, para 3,6 bilhões de euros na comparação do período.

Vale destacar, entretanto, que a controladora da TIM Brasil está conseguindo reduzir as perdas em seu mercado doméstico, segundo Patuano graças a investimentos em redes de fibra e 4G.

"O mercado doméstico está dando sinais de recuperação, mais acelerada que no ano passado. Usuários de LTE já são 25% da base de banda larga móvel (2,663 milhões de usuários) e a fibra tem 374 mil clientes, correspondendo a 5% da base de banda larga fixa, o que mostra que ainda há grande potencial de crescimento", diz Patuano.

Destaque também para o produto de TV por assinatura da operadora, o TIM Vision, oferecido em parceria com provedores de conteúdo como Netflix, Mediaset Premium e Sky. O serviço encerrou junho com 395 mil clientes e a meta é chegar a 550 mil até o final do ano.

"Grande parte da nossa base Vision vem da base ADSL que migrou para fibra, mas é interessante notar que 1 a cada 5 clientes de vídeo vem de fora da nossa base de banda larga. Então, além de melhorar nossa receita, atrai clientes novos e reduz o churn na nossa base. Esperamos que a perda de assinantes fixos deva parar já no quarto trimestre deste ano", analisa o CEO.

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