Evolução do DOCSIS traz mais sobrevida às redes HFC

Por ser parte da infraestrutura legada, a rede HFC poderia estar com os dias contados com o avanço das ofertas de fiber-to-the-home (FTTH), mas há uma sobrevida para os cabos coaxiais que parece estar garantida com novas tecnologias, como o DOCSIS 3.1. Esta foi a projeção demonstrada no painel que reuniu CTOs do setor de televisão para discutir o assunto durante o segundo dia da ABTA 2013, nesta quarta, 7. Como a tecnologia ainda não foi padronizada, a implementação gradual pode ser a alternativa mais viável para as redes legadas no País, com a fibra chegando cada vez mais próxima da residência.

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O diretor de tecnologia da Net Serviços, Marcelo Parraga, explica que a rede HFC é uma escolha ainda acertada por ser flexível e permitir a entrega de vários serviços em apenas um cabo. "Não percebemos a necessidade de troca de tecnologia", explicou o executivo. A operadora diz que estuda a possibilidade de adotar eventualmente o padrão DOCSIS 3.1, bem como a implantação de fibra direto na casa do usuário. "Em algum momento, talvez o mercado demande mais do que a gente tem conseguido com o 3.0", explica.

"Acho que o coaxial vai estar disponível pelo menos nos próximos dez anos", afirma o CTO da sociedade norte-americana de engenheiros de telecomunicações em cabo (SCTE), Daniel Howard. Ele acredita que o FTTH estará onipresente nos Estados Unidos em 30 anos, mas a implementação do modo DOCSIS 3.1 com modulação OFDM pode garantir até lá maior capacidade ao otimizar o espectro no HFC, elevando as taxas de downstream para até 10 Gbps e upstream a 1 Gbps. Além disso, a tecnologia permite uma otimização do sinal, reduzindo a perda de pacotes com possíveis vazamentos por danos à infraestrutura e interferências na rede. O padrão pode ser acessível também, garante. "A expectativa de operadores (dos EUA) é que o DOCSIS 3.1 vai ser bem semelhante em preço ao equipamento existente."

De acordo com Howard, a migração de tecnologias deve ser aos poucos, até pelas possibilidades amplas que o padrão atual de 3.0 oferece para atender à demanda do mercado usando o coaxial "o máximo possível". Com o tempo, no esquema previsto pelo CTO, todas as empresas iriam acabar com a fibra na última milha.

Salto tecnológico

A verdade é que as redes HFC têm conseguido evoluir com ofertas de velocidades cada vez maiores mesmo dentro do padrão DOCSIS 3.0 acima do que o próprio mercado esperava.

"Há muito pouco tempo tínhamos uma ideia de que o DOCSIS 3.0 nos permitiria chegar apenas a 320 Mbps fazendo o channel bonding com oito portadoras, e daí teríamos de migrar para o DOCSIS 3.1. Mas hoje temos pelo menos mais duas soluções intermediárias que nos permitiriam chegar até mais de 1 Gbps com velocidades comerciais na plataforma que temos instalada", comenta o diretor de produtos e serviços da Net, Márcio Carvalho.

O executivo se refere aos modems já disponíveis no mercado de 16 portadoras, que permitiriam chegar a até 640 Mbps de velocidade teórica com a transmissão de 40 Mbps por canal de 6 MHz, e aos testes de conceito que vem desempenhando junto com a Broadcom do primeiro chipset que, além de unir 32 portadoras em um mesmo modem, consegue ainda transmitir 60 Mbps por canal de 6 MHz, chegando a quase 2 Gbps de velocidade teórica.

"Os fabricantes estão conseguindo fazer milagre com o (DOCSIS) 3.0 e a cada vez que damos mais velocidade para os assinantes, quebramos os nós para abrigar menos assinantes e trazemos a fibra cada vez mais perto da casa do usuário, mas é claro que uma hora isso vai chegar no limite da rede HFC, em que não será mais possível colocar mais velocidade. Até lá, é possível que a fibra esteja tão perto do usuário que poderá ser mais fácil (e financeiramente mais eficiente), pular a etapa do DOCSIS 3.1 e levar a fibra direto à casa do usuário", avalia Carvalho.

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