Grupo TIM aprova segregação de ativos com expectativa em alta sobre Brasil

Com o detalhamento do plano de transformação de sua controladora na Itália nesta quinta-feira, 7, a TIM comunicou ao mercado brasileiro que não há modificações previstas no escopo, estratégia e gestão da operação brasileira. Ainda assim, o Grupo TIM manifestou uma série de expectativas com a filial – que será uma das unidades da nova empresa de serviços (a ServiceCo) da companhia italiana.

Em apresentação a investidores, o comando da multinacional apontou um valor justo (enterprise value, ou EV) de R$ 60 bilhões para TIM ao fim de 2021. Os papéis da operadora na bolsa brasileira teriam potencial de valorização de 42%, passando de média recente de R$ 13,4 para preço-alvo de R$ 19, calculado pela empresa em cima da projeção de analistas.

O modelo considera ganhos com aquisição da maior parte dos ativos móveis da Oi. Até 2027, a expectativa do Grupo TIM é que a receita móvel no Brasil cresça 1,5x frente 2021, com ajuda das sinergias do negócio e do retorno de investimentos no 5G a partir de 2024. No caso dos serviços fixos, a projeção é de multiplicação da receita em duas a três vezes, com ajuda de massiva migração do FTTC para o FTTH e até mesmo oportunidades inorgânicas de crescimento na fibra óptica (aquisições).

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Ganhos proporcionais ainda maiores foram projetados com a escala do negócio de IoT/B2B (alta de até 10x nas receitas até 2027) e com a monetização da plataforma de clientes (2,5x na mesma base). Nos dois casos, ainda existe perspectiva de monetização de equity negociado em acordos.

Em termos de alavancagem, a TIM Brasil deve passar de relação dívida líquida/Ebitda de 2,0x neste ano para 1,6x até 2024, reiterou a controladora. Já o pagamento de dividendos passará de R$ 1,1 bilhão em 2021 para R$ 2 bilhões em 2022, conforme já havia anunciado a companhia brasileira em maio.

Reformulação

Detalhes do plano de segregação do Grupo TIM foram aprovados pelo conselho da companhia e apresentados ao mercado nesta quinta-feira. No novo modelo organizacional proposto, a operação brasileira será uma das três linhas da unidade de serviços (a ServiceCo), ao lado das divisões corporativa e de clientes da gigante italiana. Já a infraestrutura do grupo no país europeu será segregada em uma outra empresa (a NetCo).

A NetCo pode carregar até 11 bilhões de euros da dívida líquida do grupo, estimada em 20 bilhões de euros pro forma ao fim do primeiro trimestre. Considerando a desconsolidação de débitos e proventos com futuras transações de M&A, o endividamento da ServiceCo pode ficar na casa dos 5 bilhões de euros.

A alternativa prioritária é a fusão da NetCo com a OpenFiber, criando uma rede nacional fixa italiana, apontou o Grupo TIM. O negócio, contudo, só ocorrerá em caso de "termos atrativos" para atuais acionistas e credores, avisou a empresa – que tem negociações em curso ao lado de acionistas e parceiros.

Outras possibilidades são a venda de fatias minoritárias da própria NetCo, da TIM Enterprise italiana e de "outros ativos" não especificados. A previsão do grupo é concluir a reestruturação dentro de 15 a 18 meses, ou até meados de 2024.

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