Vivo lança mobile payment; para especialista, há brecha de segurança

A operadora Vivo e a administradora de cartões de crédito Itaucard, líderes em seus segmentos, anunciaram nesta terça-feira, 7, uma parceria que oferecerá aos clientes de ambas as empresas um serviço de pagamento via celular. A plataforma, contudo, não garante ao usuário a segurança de uma senha pessoal. O sistema funciona da seguinte maneira: por solicitação do assinante à central de atendimento Itaucard, seu número de celular é associado ao seu número de cartão de crédito. Para efetuar uma compra nos estabelecimentos autorizados – na primeira fase do projeto piloto 60 foram credenciados no Rio de Janeiro e São Paulo – basta que esse usuário digite o número do telefone no ponto de venda (terminal POS). O sistema gera uma senha randômica, válida somente para aquela transação, e a envia, via SMS, ao celular do usuário. O comprador, então, digita essa senha no POS, a compra é finalizada e incluída na próxima fatura do cartão de crédito. Segundo um especialista da área de mobile payment, que preferiu não se identificar, a possibilidade de fraude, neste caso, é real e bem maior do que em operações via cartões com tarja ou dotados de chip que, via de regra, solicitam algum tipo de autenticação, seja por assinatura ou senha pessoal. "Existem mais de 100 possibilidades de plataformas de mobile payment e essa opção é a que apresenta um dos maiores gaps de segurança", diz.
Em um primeiro momento, o novo serviço da Vivo/Itaucard estará disponível somente para os usuários dos celulares 5200, 6125, 6070, 6101, da Nokia, e V3i, V3r, V3e, V360, k1 e z3, da Motorola. O download do aplicativo para esses handsets pode ser baixado no hotsite www.vivo.com.br/vivo_itaucard e permitirá também que os usuários visualizem as faturas de compras de meses anteriores, limite de crédito e acompanhamento de gastos em aberto diretamente na tela do celular. O projeto piloto só será aberto para as demais capitais e regiões do país mediante o sucesso das operações.
A parceria entre as duas gigantes também disponibiliza um cartão especial, com benefícios aos clientes de planos pré e pós-pagos. A cada R$ 1 em compras efetuadas por meio do cartão Vivo Itaucard, os clientes de linhas pós-pagas ganharão cinco pontos que, uma vez acumulados ao longo do tempo, poderão ser substituídos por novos aparelhos. Já os usuários de planos pré-pagos receberão como benefício um bônus de recarga. A partir de R$ 35 de crédito, adquiridos usando o Vivo Itaucard pelo canal *7000, o cliente receberá o dobro desse valor para ligações locais destinadas a outros celulares da Vivo.

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Mobile payment da Oi é mais seguro
A Oi lançou há três anos, em parceria com a financeira Paggo, o serviço Oi Paggo, a plataforma de mobile payment da operadora. O sistema é diferente do apresentado pela Vivo/Itaucard, pois elimina a utilização do POS e depende de senha pessoal do usuário para a finalização da transação. Para utilizar o serviço, o aparelho Oi do lojista deve estar programado para iniciar a transação com a Paggo, informando o valor da compra e o número do telefone Oi do consumidor. A mensagem será processada na Paggo e o valor enviado ao cliente com os dados da compra para confirmação. Automaticamente, o lojista e o cliente receberão mensagem em seus handsets comprovando a realização da compra, que só será finalizada mediante digitação, por parte do usuário, de senha pré-cadastrada.
Modelo de negócios
Segundo Carlos Zanvettor, diretor da Área de Cartões do Itaú Unibanco, o lançamento de um modelo próprio de pagamentos via celular não entra em conflito com os esforços da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que estuda uma plataforma única de mobile payment, que seja adotada pelo maior número de bancos. "Endossamos e participamos do grupo de trabalho da Febraban que discute esse sistema único, porém também queremos aproveitar a oportunidade de juntar os dois maiores players de cada setor para colocar o modelo à prova", diz. "Além disso, o sucesso do nosso modelo pode auxiliar os trabalhos da Febraban", acrescenta.
O executivo não quis revelar como Vivo e Itaucard dividirão as receitas desse serviço, por acreditar que trata-se de informação estratégica e, por isso, sigilosa. Ele, no entanto, concorda que o modelo de negócios tem sido o principal entrave para a popularização do mobile payment no país, uma vez que bancos e operadoras não entram em um acordo comercial.

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