Inteligência artificial evolui as redes de telecomunicações MPLS

Douglas Falsarella é Solution Designer da Deutsche Telekom
O uso das redes corporativas está em constante evolução. A ampliação do SaaS, a adoção de redes públicas e o crescimento no volume de videoconferências alteraram a forma como as pessoas trabalham e a infraestrutura das redes precisa acompanhar essa tendência. Novas tecnologias como a inteligência artificial (IA) podem ser integradas a estruturas e sistemas legados para melhorar a performance e manter a segurança das informações, já fornecida por tecnologias como o Multiprotocol Label Switching – MPLS.
A integração da IA em um software defined wide area network – SD-WAN (rede de longa distância definida por software, em português) aprimora a priorização no tráfego de informações críticas e sensíveis, a definição de métodos de transferência usados para cada aplicação e a segurança na proteção dos dados.
Essas soluções analisam o tráfego de rede em tempo real, identificam problemas potenciais de forma preditiva e redirecionam a troca de dados de forma autônoma para garantir o desempenho ideal, o que possibilita evoluir o Service Level Agreement – SLA (Acordo de Nível de Serviço, em português) com métricas focadas na experiência do usuário, o que permite aos gestores ter uma melhor visão da experiência do usuário de ponta a ponta.
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A SD-WAN com inteligência e capacidade aumentada segmenta o tráfego e procura de forma contínua opções de conexão de forma automática, usando múltiplas opções de conexão como internet banda larga incluindo a própria MPLS, 4G ou 5G. Se uma conexão apresentar alta latência, perda de dados de transferência ou ficar off-line, a rede direciona o tráfego para outra disponível.

Manutenção e segurança

A IA, por meio dos dados de telemetria de aplicativos na wide area network – WAN (rede de longa distância, em português) ajuda a reduzir o tempo médio para o reparo de conexão entre as redes e mesmo entre dispositivos com e sem fio conectados.
A inteligência embargada encaminha recomendações proativas sobre questões que afetam o usuário final como problemas nos aplicativos, servidores, no provedor de serviço de internet, nas redes wireless ou cabeada. Isso permite às equipes de TI obter respostas rápidas, fornecidas pela própria rede, sobre o seu funcionamento sem a necessidade de consultar painéis de solução.
Por ter capacidade de aprender e se adaptar a IA permite responder mais rápido às ameaças, antecipar ataques e reagir com antecedência, o que possibilita identificar padrões indicativos de ameaças cibernéticas na própria rede ou em algum ponto de acesso reconhecendo anomalias com mais rapidez e precisão.
De acordo com a consultoria inglesa Technavio, o mercado de cybersegurança baseado em IA deve crescer de 2022 a 2027 uma taxa de crescimento anual composta de 22,3%, o que equivale a um investimento de US$ 28,29 bilhões na tecnologia.
As empresas trabalham com informações sigilosas e os colaboradores precisam trocar essas informações entre si e as companhias também hospedam dados sensíveis de clientes ou dos próprios funcionários. A IA pode determinar que esses dados recebam a prioridade para trafegar via MPLS, seguindo as regras de compliance.
A solução permite implementar uma variedade de medidas de segurança, como firewalls, VPNs, adoção de políticas de confiança zero, criptografia para que o tráfego de dados permaneça seguro mesmo quando é necessário trafegar por conexões públicas de internet. Os níveis de segurança podem ser customizados conforme a aplicação usada ou perfil dos usuários.

Futuro do trabalho

A conectividade se torna a cada dia mais crucial no trabalho e adoção da IA nas redes não é uma opção, mas uma necessidade. A IA é capaz de centralizar e simplificar o controle e gerenciamento da rede com escala ilimitada para novas implantações e conexões, mantendo a agilidade necessária para acompanhar o ritmo de crescimento dos negócios.
Por possibilitar a integração e automação de todas as redes e segurança nas conexões, uma rede gerenciada por IA é adequada para empresas com dezenas ou centenas de escritórios, plantas industriais, pontos-de-venda, entre outros pontos de acesso distribuídos pelo mundo. Essas empresas precisam de um sistema de orquestração central, que gerencie os pontos de acesso sem a necessidade de assistência técnica com expertise no local e uma rede inteligente é capaz de criar fluxos automatizados, permitindo que a infraestrutura das filiais seja gerenciada de forma unificada.
Para uma implantação eficiente as empresas devem procurar parceiros que ofereçam consultoria, implementação e testes que ajudam a avaliar a tecnologias e desenvolver um plano para integrá-los à infraestrutura existente e estejam preparados para acompanhar a evolução da IA evoluindo sua aplicação nas redes e atendendo as normas de compliance visando a segurança das informações trafegadas.
*-Sobre o autor – Douglas Falsarella é Solution Designer da Deutsche Telekom com mais de 20 anos de experiência em redes e Telecom é especialista em projetos de conectividade para grandes operadoras e datacenters. Graduado em Ciências da Computação, Falsarella é criador de conteúdo digital, evangelizador de IA e autor dos livros: Básico sobre IA (Inteligência Artificial): Aprenda todo o conceito sobre IA, VIRTUON – Além da realidade: Dominação da Inteligência artificial e Marketing Yourself. As opiniões expressas nesse artigo não necessariamente refletem o ponto de vista de TELETIME.

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