Com uma promessa de geração de riqueza de R$ 250 bilhões até 2025 segundo previsão da pesquisa do BNDES e da Mckinsey, o Plano Nacional de Internet das Coisas poderá contar com impulso dos provedores regionais, sobretudo quando se fala em um dos pilares previstos pela política do governo, o da agroindústria. No entendimento do secretário de desenvolvimento tecnológico e inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Maximiliano Martinhão, metade das aplicações novas de IoT terão pequenas e microempresas como responsáveis. "Na minha opinião, hoje os provedores estão bem mais organizados e preparados para atender à demanda de mercado, diferente de momentos lá atrás", declara.
Martinhão garante que há no plano uma preocupação em realizar incentivos para a entada das empresas em investimentos de IoT. Tanto o BNDES quanto a Finep farão chamadas "em breve" para projetos relacionados à tecnologia, o que ele estima que vá acontecer durante este mês ou ainda em julho. "É interessante que provedores acompanhem as notícias, porque surgirão as chamadas para projetos", sugere.
O secretário do MCTIC acredita que, como as empresas já utilizaram rádio e hoje utilizam fibra, Wi-Fi e até espectro licenciado, há oportunidades para os ISPs. "Se considerar o cenário de possibilidades, hoje estão bem preparados", disse Martinhão durante painel no último dia do Encontro Abrint 2018 nesta quinta-feira, 7.
Ele cita como tecnologias que poderiam ser utilizadas por pequenos provedores as de espectro não licenciado, como Sigfox, LoRa e ZigBee, mas principalmente Wi-Fi. Além dessas, há o LTE, embora ele reconheça que a questão da faixa de 450 MHz ainda precise de definição na Anatel (a discussão está no Conselho Diretor e foi adiada nesta quinta-feira). "Firmamos acordo de cooperação com uma das tecnologias que está se espalhando pelo Brasil, a NB-IoT, e estamos apoiando ela porque foi a que se aproximou de nós, mas todas que se aproximarem a gente vai ajudar", afirmou.
Para o sócio da Neger Telecom e diretor da Abranet, Eduardo Neger, há ainda muita oportunidade especialmente no segmento de cobertura rural. "A gente sabe que a sede de muitos municípios têm área pequena, e as outras áreas têm muita demanda", explica. Ele acredita que mesmo em fazendas onde já há conectividade, inclusive de satélite, haverá a oportunidade de oferecer a conexão para os sensores e dispositivos de IoT. E uma das soluções seria com a faixa de 450 MHz, se disponibilizada. "Se fosse destinada aos provedores regionais há dez anos, teríamos um andar a mais aqui [no evento da Abrint] só para aplicações para IoT", pondera. "É um ponto importante que temos que acompanhar."