Plano Brasil Digital 2030+ 'não pode ser plano para ficar na nuvem'

Plano Brasil Digital 2030+ AGC
Foto: Mara Matos

Durante painel no Abrint Global Congress (AGC 2025), o diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Brasscom, Sergio Sgobbi, destacou a importância do Plano Brasil Digital 2030+ como um instrumento estratégico para posicionar o País em um novo patamar tecnológico.

Segundo o dirigente da entidade setorial, o plano "não é um plano para ficar na nuvem", reforçando a necessidade de que a iniciativa se traduza em ações concretas e duradouras.

O Brasil Digital 2030+ é uma proposta de desenvolvimento de longo prazo voltada à inserção do País nas cadeias globais de valor digital. A estratégia busca impulsionar o crescimento econômico com base em pilares como sustentabilidade e inclusão social. São seis os eixos estruturantes: Infraestrutura para a Transformação Digital; Tecnologias Estratégicas; Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; Educação e Capacitação Digital; Inclusão Social e Digital; e Ambiente de Negócios.

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Para Sgobbi, o sucesso do plano depende de uma coordenação centralizada entre o governo e o setor privado. Ele citou como avanços relevantes a formulação do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) e o desenvolvimento de um Plano Nacional de Data Centers. "É fundamental institucionalizar a estratégia e garantir continuidade entre governos, com metas claras e mensuráveis", afirmou.

O executivo também ressaltou que alguns setores já demonstram maturidade digital, como o financeiro e o setor público. No entanto, apontou que áreas como a da saúde ainda têm grande potencial de evolução. "O Sistema Único de Saúde, por exemplo, ainda não conta com um prontuário eletrônico unificado", observou.

Conectividade

Carla Nicolau, gestora de Relações Institucionais da Vivo, alertou para outro desafio: a demanda reprimida por conectividade. Segundo ela, o custo elevado dos smartphones e a alta carga tributária contribuem para limitar o acesso digital, além da falta de letramento digital. "A transformação digital requer também uma transformação econômica, social e regulatória", argumentou.

Nesse sentido, Sgobbi acrescentou que, embora os atores envolvidos na digitalização reconheçam os benefícios da mesma, ainda falta preparo da população para compreender e se beneficiar plenamente das mudanças. "Falta o letramento para que o cidadão passe a enxergar o benefício para si", afirmou.

Carla Nicolau também apontou a necessidade de avanços no campo regulatório. Para ela, os marcos legais precisam acompanhar a velocidade de transformação do setor. "Ainda há muito a evoluir também no escopo da segurança pública. Crimes como furtos de cabos de cobre não têm tipificação adequada e o combate ao crime cibernético carece de uma política centralizada", alertou.

Representando a Agile.Inc, Ivan Jorge dos Santos destacou o potencial da inteligência artificial na melhoria de processos e serviços. Ele pontua que o uso de dados pode trazer mais agilidade e transparência aos serviços digitais. Além disso, frisou a necessidade de formação de profissionais qualificados como um dos principais desafios do setor. "Estamos falando também sobre pessoas e cultura, é uma questão de aproximar e habilitar", encerrou.

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